Politica

Na Câmara, Flávio Bolsonaro se diz 'vítima de perseguição'

O senador eleito negou que as investigações envolvendo seu nome atrapalhem a governabilidade do pai

Alessandra Azevedo
postado em 30/01/2019 15:34
Flávio Bolsonaro
Em rápida passagem pela Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira (30/1), o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se disse "vítima de perseguição" por parte do Ministério Público do Rio de Janeiro no caso que envolve movimentações financeiras atípicas feitas por ele e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, reveladas por um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Para Flávio, as investigações "não tem nada a ver" com o seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, e não devem influenciar na aprovação de matérias consideradas importantes pelo Palácio do Planalto. "Por mais que vocês queiram, não tem nada a ver com o governo. Estamos muito bem, obrigado. Estamos todo mundo trabalhando bem, com liberdade", disse a jornalistas, ao sair da Câmara, onde esteve para fazer o registro biométrico, necessário para votações do Congresso. Ele também participou de uma reunião na liderança do governo no Senado.

O senador, que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar interromper a investigação, não respondeu quando irá ao MP prestar esclarecimentos. "Já falei o que eu tinha de falar, não tenho novidade nenhuma", afirmou. "Tem que esperar o Supremo se pronunciar. Está todo mundo vendo que estou sendo vítima de perseguição política", completou.

O relatório do Coaf apontou que, em um mês, ele recebeu R$ 96 mil em dinheiro vivo, em depósitos fracionados. Queiroz movimentou de forma atípica R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Na conta do ex-assessor havia transferências de outros servidores do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerf).

Presidência do Senado

O senador também disse esperar que todos os candidatos à presidência do Senado tenham sintonia com as pautas do governo ; sem excluir da lista Renan Calheiros (MDB-AL), cuja candidatura, até pouco tempo, era criticada pelo filho do presidente. "Qualquer candidato que chegue espero que seja alinhado com as pautas do governo, com a responsabilidade. E, pelo que eu saiba, todos os nomes colocados estão nesta linha;, afirmou, ao ser perguntado se uma eventual vitória do emedebista significaria uma derrota para o governo.

Há duas semanas, Renan acenou a Flávio ao afirmar que o Senado não deverá investigá-lo, por não se tratar de uma "circunstância especialíssima". Para o senador do PSL, a declaração "não tem nada de mais". "É a opinião dele", declarou.

A eleição para as presidências do Senado e da Câmara acontecerão nesta sexta-feira (1/2). As conversas sobre o assunto "ainda estão acontecendo", disse Flávio. A orientação do presidente, segundo ele, é não interferir" na disputa para o Senado.

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