Politica

Posse e eleições das casas movimentam o Congresso Nacional

Governo diz que não interferirá na escolha do Congresso Nacional

Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 01/02/2019 13:01

Crédito: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados. Brasil. Brasília - DF. Política. Sessão Extraordinária. Ordem do dia para discussão e votação de diversos projetos, no plenário.

Os novos deputados federais, eleitos no pleito de 2018, tomam posse hoje em cerimônia na Câmara dos deputados. Eles também devem escolher a nova composição da mesa diretora da Casa, que já conta com um bloco de partidos ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro. O PDT, que se posiciona como oposição ao Executivo, decidiu colocar na mesma chama do PSL, partido governista.

Para o deputado federal Professor Israel (PV-DF), a disputa para a mesa diretora da Casa legislativa se diferencia das eleições convencionais, pois contam com um "pragmatismo" maior. Ele lembrou que a composição dos blocos trata de espaços nas comissões e demais funções administrativas da Casa. "É absolutamente natural que a eleição interna na Câmara não represente ideologias políticas. É uma eleição extremamente técnica, então é comum que partidos com matrizes diferentes se associem neste pleito", defendeu.

Questionado se a população entende esse "pragmatismo", o novo parlamentar reconheceu que é difícil de explicar à sociedade. Sobre a atuação que pretende ter, Israrel levantou a bandeira da educação. "So quando tivermos escolas decentes, vamos conswguir diminuir os índices de criminalidade, melhorar a saúde e ter o crescimento econômico que tanto sonhamos", ressaltou.

Uma das parlamentares mais representativas do PSL e deputada federal mulher com maior número de votos proporcional, Joyce Hasselmann (SP), esclareceu que o partido governista tende a aumentar de tamanho e "musculatura". ""O PSL começa, de fato, agora. Todos sabem que era uma legenda pequena, mas agora chega como a segunda maior bancada, com a possibilidade de ser ainda maior", ressaltou.

A ex-jornalista também garantiu que os conflitos internos do PSL, visto desde a transição, é "natural do jogo". "Todo partido pode ter rachaduras, não conheço nenhum que seja totalmente unido. Agora, estamos aprendendo a passos largos, então vamos conseguir ajudar esse bate cabeça inicial", disse.

O deputado Alberto Grava (Psol-RJ), chegou a lamentar a renúncia ao mandato do correligionário, Jean Wyllis, que deixou o país após sucessivas ameaças de morte. "As ameaças que o Jean sofreu foram oriundas da intolerância que só tem aumentado nesse país. Não é o Psol que perde um parlamentar, porque temos um suplente, mas é a democracia e o Congresso que perdem o Jean", enfatizou.

Ele cobrou, no entanto, que as providências sejam tomadas pelas autoridades competentes, para que este tipo de caso não volte a acontecer.

Com a intenção de garantir mais um voto e procurar articular em favor do atual presidente da Camara, Rodrigo Maia, que disputa a reeleição, Onyx Lorenzoni deixou a Casa Civil e assumiu o mandato na Casa legislativa. Saiu em defesa da reforma da previdência e procurou não comentar a eleição do Senado, que tem o senador Renan Calheiros na liderança.

Sobre a reforma da previdência, promessa e marca do atual governo, Onyx Lorenzoni afirmou, em frente ao plenário, que o presidente Jair Bolsonaro ainda está avaliando as propostas que vem sendo consolidadas pelo superministro da Economia, Paulo Guedes. "A equipe de Guedes continua com muito cuidado, zelo e talento, construindo uma proposta que vai consertar a previdência que está aí", garantiu.

Questionado quatro vezes sobre se os militares estariam inclusos na Reforma da Previdência, Lorenzoni procurou não responder os questionamentos.

Ao ser questionado sobre a candidatura de Renan Calheiros à presidência do Senado, Lorenzoni afirmou que era deputado federal e, por isso, não poderia responder sobre o assunto. No entanto, o mandato que agora ocupa é momentâneo, já que deve retornar às atividades como ministro da Casa Civil. "A posição do governo Bolsonaro é dialogar. Nós dissemos que não interferíamos na escolha do Congresso Nacional e vamos manter essa posição", afirmou.

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