Lucas Valença - Especial para o Correio, Gabriela Vinhal
postado em 01/02/2019 17:53
A deputada Federal Joice Hasselmann (PSL-SP), junto com um integrante do Instituto Mude, afirmou à imprensa que pretende mudar o regimento interno das casas legislativas. A nova parlamentar portava um documento com 875 mil assinaturas em favor do voto aberto para presidência das Casas.
No dia em que os congressistas decidem a nova composição da mesa diretora, a deputada decidiu promover uma coletiva de imprensa para defender o voto aberto, hoje, estabelecido pelo regimento interno é garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Não dá para simplesmente ignorar quase 1 milhão de pessoas. Com essas assinaturas, certamente vamos conseguir mudar o regimento interno. Também vou entregar este documento nas mãos de Rodrigo Maia", declarou.
Segundo a parlamentar, o voto aberto garante ao partido que não haja traição. E o parlamentar teria "obrigação" com o eleitor de dizer como está se posicionando. No entanto, o voto fechado pretende impedir que o Legislativo receba interferencia de outro poder. "Voto fechado dentro da câmara e do Senado é para proteger maracutaia, é o que estamos vendo hoje no Senado com Renan Calheiros.", atacou.
A pesselista também pretende tirar o poder de punição dos líderes, o que enfraqueceria o poder dos partidos na Casa. "O regimento inteiro é um absurdo, engessado e não deixa a sessão andar", afirmou.
Ainda nesta sexta
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) vai entregar nas mãos do ainda presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o abaixo-assinado. O documento sugere que a regra seja mudada ainda na sessões desta sexta-feira (1;/2), para definir quem ocupará os cargos mais altos das Casa Legislativas.
;Não dá para ignorar quase 1 milhão de pessoas. Eu vou lutar pelo voto aberto, porque é uma medida para dar satisfação ao eleitor brasileiro. Se tiver essa mobilização por dois, três meses, a gente consegue 10 milhões de assinaturas;, explicou à imprensa, em um pronunciamento no Salão Verde da Casa.
Questionada se o voto aberto não causaria uma retaliação do Executivo, Hasselmann afirmou que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, garantiu que o governo federal não faria uma perseguição aos parlamentares. ;É claro que se houver perseguição, cabe aos congressistas que atuarem nessa mudança agirem contra a perseguição;, afirmou. Ela acredita ainda que, se o regimento interno não for alterado agora, pode ser daqui a dois anos, ainda na gestão do presidente Jair Bolsonaro.
A deputada disse ainda que, embora os políticos da Casa saibam do desejo do brasileiro, a regra se mantém a mesma para acorbertar ;falcatruas;, referindo-se à candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) à Presidência do Senado. Ela destacou ainda que o apoio à reeleição de Maia permite que eles dialoguem, uma vez que Renan não se mostra aberto. ;Com o Rodrigo Maia dá para conversar, tanto que o PSL fechou esse bloco com ele. O Renan Calheiros finge que ouve, mas passa o trator em cima de todo mundo;, acrescentou.
Hasselmann explicou ainda que a estratégia do partido no apoio a Maia se deu para tirar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) das mãos do PT, principal partido de oposição ao governo. ;O que o PSL fez foi uma decisão estratégica para o governo Bolsonaro, não havia um único candidato viável que estivesse comprometido com a pauta econômica. Daqui a dois anos, quem sabe eu não saia como presidente da Câmara?;, complementou, referindo-se à aprovação da reforma da Previdência, projeto prioritário do Planalto para ser analisado ainda neste ano.