Politica

Flávio Bolsonaro é escolhido 3º secretário da Mesa Diretora do Senado

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais articuladores da eleição de Alcolumbre, argumentou que Flávio, por ser filho do presidente, não poderia ocupar um cargo com essa importância no Parlamento por questão de "bom senso"

Paulo Silva Pinto
postado em 06/02/2019 17:35
Flávio Bolsonaro no Senado
O Senado definiu na tarde desta quarta-feira (6/2) os demais cargos da Mesa Diretora, depois da escolha, no sábado passado, de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a Presidência da Casa. Diferentemente da conturbada sessão de escolha do principal cargo, iniciada na sexta-feira e concluída só no dia seguinte, a reunião desta vez foi tranquila.

Marcado para 15h, o encontro começou às 15h54. Às 17h20, o resultado foi proclamado. Só não foi mais rápido porque vários senadores queriam falar. Renan Calheiros (MDB-AL), derrotado por Alcolumbre, não participou. Compareceram 77 dos 81 senadores. Votaram a favor da chapa única 72 parlamentares. Houve três abstenções. Dois senadores não votaram.

De acordo com a chapa apresentada após consenso entre os líderes, a Primeira Vice-Presidência é de de Antonio Anastasia (PSDB-MG). A segunda, de Lasier Martins (Pode-RS), que assinou filiação no partido ainda pela manhã, deixando o PSD. A primeira secretaria tem Sérgio Petecão (PSD-AC). A segunda, de Eduardo Gomes (MDB-TO). Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, ficará na Terceira. O quarto secretário é Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais articuladores da eleição e Alcolumbre, apresentou uma questão de ordem contra a escolha de Flávio, com o argumento de que ele é filho do presidente não pode ocupar um cargo com essa importância no Parlamento. Ressalvou que não há impedimento legal para isso. "Não é um veto legal. É do bom senso".

Mais cedo, o senador do Amapá havia criticado em entrevistas o fato de Flávio ter assessores investigados pelo Ministério Público, por transações financeiras consideradas suspeitas. No plenário, porém, não mencionou isso. Em resposta, o parlamentar do PSL disse que a lei já o impede de disputar cargos para o Executivo, mas não essa função. A questão acabou ignorada pelo plenário.

As quatro suplências da mesa são, nesta ordem, de Marcos do Val (PPS-ES), Weverton (PDT-MA), Jacques Wagner (PT-BA) e Leila Barros, a Leila do Vôlei (PSB-DF). Embora o cargo seja o menos significativo, o senador Jorge Kajuru (PRP-GO) lembrou que era ocupado dias atrás por Alcolumbre, que de lá articulou a eleição para presidente. "Leila pode ser a nova presidente do Senado;, disse.

Comissões


O comando das comissões do Senado deverá ser resolvido oficialmente só na próxima semana. Mas já está em negociação, até como um dos componentes para a acomodação dos cargos na Mesa Diretora. A mais importante é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá ficar com Simone Tebet (MDB-MS). Ela perdeu a indicação do partido para ser candidata a presidente para Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente da Casa. Acabou se apresentando como candidata avulsa no sábado, mas retirou a postulação, a pedido do grupo de Alcolumbre, que acabou vitorioso. O PT apoiou Renan.

Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá ficar Omar Aziz (PSD-AM). Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Romário (Pode-RJ). A Comissão de Relações Exteriores (CRE), essencial para a aprovação das escolhas de nomes de embaixadores do Brasil no exterior, deverá ficar com o PR, mas o nome ainda não foi decidido.
Confira como ficou a formação:
1; vice-presidente
Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG)

2; vice-presidente
Senador Lasier Martins (Pode-RS)

1; Secretário
Senador Sérgio Petecão (PSD-AC)

2; Secretário
Senador Eduardo Gomes (MDB-TO)

3; Secretário
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)

4; Secretário
Luis Carlos Heinze (PP-RS)

1; Suplência
Marcos do Val (PPS-ES)

2; Suplência
Weverton (PDT-MA)

3; Suplência
Jaques Wagner (PT-BA)

4; Suplência
Leila Barros (PSB-DF)

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