Politica

Velório de neto de Lula será realizado hoje em São Bernardo do Campo

Petista foi autorizado a se deslocar até São Paulo para acompanhar o enterro de Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu em decorrência de meningite meningocócica. Essa é a segunda vez que o ex-presidente deixa a cela desde que foi preso

Renato Souza
postado em 02/03/2019 07:00
Ex-presidente Lula, dona Marisa e o neto Arthur, que morreu de meningite meningocócica

Autorizado pela Justiça a sair da prisão para comparecer ao velório do neto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Paraná em um helicóptero disponibilizado pelo governador do estado, Ratinho Júnior ; a aeronave não havia levantado voo até o fechamento desta edição. Ele participa neste sábado (2/3) do velório e do enterro do pequeno Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu, aos 7 anos de idade, em decorrência de meningite meningocócica. O corpo será cremado ao meio-dia, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP). Essa é a segunda vez, desde que foi preso, em 7 de abril do ano passado, que o petista deixa o prédio da PF. A primeira foi para prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt, que substituía Sérgio Moro na 13; Vara Federal de Curitiba.

A defesa solicitou a liberação à 12; Vara Federal com base no artigo 120 da Lei de Execuções Penais, que determina que ;os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;. Lula ainda cumpre pena em regime fechado, em razão de uma condenação a 12 anos e um mês de cadeia, no âmbito da Lava-Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o triplex do Guarujá.

Essa foi a terceira vez que Lula solicitou autorização para deixar o local do cárcere, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para comparecer ao enterro de familiar ou amigo. A primeira vez veio após o falecimento do ex-deputado pelo Distrito Federal Sigmaringa Seixas. A defesa fez a solicitação alegando que ambos eram amigos íntimos havia mais de 30 anos. O político foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, em dezembro do ano passado. No entanto, o juiz Vicente de Paula Ataíde Júnior negou a solicitação, alegando que a proximidade entre os dois não é suficiente, por lei, para permitir a saída do petista.

A segunda ocasião foi em decorrência da morte do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, em janeiro, vítima de um câncer. Após ter diversos pedidos negados, Lula foi autorizado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a ir até uma base militar, na região do ABC Paulista, encontrar com parentes, e eventualmente ver o corpo do irmão, se fosse levado até o local. Mas como a decisão foi divulgada exatamente na hora em que ocorria o enterro, o ex-presidente preferiu não se deslocar.

Em todas as negativas judiciais, o argumento era a ausência de estrutura para o transporte e o risco para a segurança do ex-presidente e de agentes envolvidos. Desta vez, a defesa se comprometeu a não divulgar informações sobre os trechos por onde ocorreria o deslocamento do cliente. E manifestantes que estão acampados na ;Vigília Lula Livre;, em frente ao prédio da PF, em Curitiba, evitaram aglomerações para cobrar a liberação. Ao longo da tarde de ontem, a solicitação, que estava aberta a qualquer pessoa no site da Justiça Federal, foi colocada em sigilo grau 4 ; podendo ser acessada apenas pelo juiz do caso e alguns servidores do Poder Judiciário.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, falou com Lula ainda na cela, logo após ele ser informado sobre a morte do neto. ;Ele disse que não esperava uma notícia como essa. Que deveria ser proibido um pai enterrar um filho ou um avô enterrar um neto. Chorou várias vezes durante a tarde;, afirmou Gleisi.

Comentário polêmico


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criticou a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ir ao enterro do neto. Em uma mensagem publicada no Twitter, na tarde de ontem, horas após a notícia, Eduardo afirmou que a possibilidade de saída da prisão deixa Lula ;posando de coitado;. O comentário foi publicado em resposta a um outro usuário e logo ganhou repercussão nas redes sociais. ;Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer, ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado;.

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