Agência Estado
postado em 12/03/2019 15:10
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, conversaram nesta terça-feira, 12, sobre o cancelamento da concessão do status de refugiados a três paraguaios, condenados pela Justiça do Paraguai, que vivem no Brasil. "O Brasil e nosso governo não dará asilo a terroristas ou qualquer outro bandido escondido aqui como preso ou refugiado político", disse Bolsonaro a jornalistas após reunião com Abdo Benítez. Bolsonaro citou como exemplo o caso do italiano Cesare Battisti, extraditado pelo governo brasileiro no início do ano.
Segundo o presidente do Brasil, é a terceira ou quarta vez que o Paraguai pede que o País devolva os três exilados, e um novo pedido feito no início do ano traria fatos novos. Ainda de acordo com Bolsonaro, o governo paraguaio afirma que os refugiados seriam integrantes do Exército Popular do Paraguai (EPP) e pelo menos um deles está envolvido em atos criminosos.
Assim que chegou ao Palácio do Planalto, na manhã de hoje, o presidente do Paraguai falou sobre o assunto ao ser apresentado ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Durante a cerimônia de recepção, Bolsonaro respondeu que sua intenção é "devolver todo mundo".
De acordo com o ministro da Justiça, Sergio Moro, o pedido de revisão foi feito no início de 2019 pelo governo do Paraguai, sob alegação de que o refúgio teria sido indevidamente concedido, pois estas pessoas teriam cometido crime comum. O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, está analisando o pedido. O processo deve levar cerca de três meses e será dado direito de defesa aos cidadãos paraguaios, segundo Moro. "A decisão cabe ao Conare", disse o ministro.
Moro contou, ainda, que eles falaram em reunião com o presidente paraguaio sobre formas de aprofundar as relações entre Brasil e Paraguai para combate ao crime organizado.