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Bolsonaro tenta alinhar pautas prioritárias antes da viagem aos EUA

Presidente Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia se reúnem pela segunda vez em 10 dias. Agora, eles terão a companhia de Dias Toffoli e Davi Alcolumbre. O objetivo principal é, acima de tudo, conversar sobre a reforma da Previdência

Gabriela Vinhal
postado em 16/03/2019 07:00
Maia e Alcolumbre convivem com as queixas de parlamentares pela falta de interlocução com o governo

Antes de viajar aos Estados Unidos no domingo, o presidente Jair Bolsonaro se reúne hoje com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, responsável pelo convite. O objetivo do encontro, que ocorrerá na residência oficial, é alinhar os Três Poderes às pautas prioritárias do governo, sobretudo a reforma da Previdência.

Esse será o segundo encontro entre Maia e Bolsonaro em menos de 10 dias. A dupla se reuniu, no fim de semana passado, para discutir a viabilidade da reforma da Previdência na Câmara e as estratégias do governo na articulação com o Congresso. Após a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), parlamentares ainda se queixam da falta de diálogo do Planalto para a aprovação do texto.

Durante a semana, Maia reconheceu, inclusive, que o governo ainda estava ;perdendo; nas conversas com congressistas. Mas ressaltou que a relação ;está melhorando;. Na primeira conversa, Bolsonaro chamou para si a responsabilidade e afirmou que lideraria pessoalmente os esforços de Executivo e Legislativo em favor da reforma.

Além da Previdência, deve ser discutido, também, o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. À frente do diálogo entre o Parlamento e o Executivo, Maia pode deixar para o segundo semestre a discussão da proposta. A avaliação do presidente da Câmara, com Bolsonaro, é de que a análise conjunta pode atrapalhar a tramitação do texto da Previdência. A interpretação, contudo, causou ruídos com Moro, que, na semana passada, afirmou que as duas propostas ;não eram compatíveis;.

As futuras análises do Judiciário também devem ser apreciadas no encontro. Na última quinta-feira, a Suprema Corte decidiu que crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, quando investigados com caixa dois, devem ser processados na Justiça Eleitoral, e não na Federal. A decisão foi interpretada por integrantes do governo como contrária à Operação Lava-Jato, outrora comandada por Moro. Em nota, o ministro afirmou que a Justiça Eleitoral não está ;adequadamente estruturada; para julgar casos criminais mais complexos, como de corrupção ou lavagem de dinheiro.

Cresce apoio à Previdência


O debate sobre a reforma da Previdência no Twitter gerou 75,9 mil postagens com a hashtag #EuApoioNovaPrevidencia nos últimos sete dias, segundo um levantamento realizado pela Ideia Big Data. De acordo com a mesma pesquisa, o termo Previdência foi citado 339 mil vezes nas redes sociais, sites e blogs entre 8 a 14 de março, quase duas vezes mais do que na semana anterior (135 mil). ;O crescimento no interesse dos internautas sobre a proposta se deve a dois pontos: pouco engajamento nos dias de carnaval e o início da tramitação oficial do projeto no Congresso, já que a primeira comissão (CCJ) na Câmara dos Deputados foi instalada na última quarta-feira;, diz o relatório. De acordo com o levantamento, os seis tuítes de Bolsonaro sobre a Previdência nos últimos sete dias foram compartilhados 33,4 mil vezes.

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