O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (19/3), que concorda com a ideia de construção de um muro fronteiriço entre os Estados Unidos e o México, já que "a vasta maioria" dos imigrantes "não possui boas intenções" em relação ao povo americano. "Ter fronteiras abertas, na minha opinião, é uma decisão pobre, ruim", afirmou Bolsonaro, em entrevista à emissora americana FoxNews. Como exemplo negativo, o presidente citou a experiência da França, "que abriu suas fronteiras para receber refugiados sem qualquer filtro".
"Gostaria que os Estados Unidos mantivessem a atual política de imigração, porque em grande medida nós do hemisfério sul devemos nossos regimes democráticos aos Estados Unidos", afirmou, em conversa com a jornalista Shannon Bream.
Bolsonaro declarou ainda que apoia a luta do presidente americano Donald Trump contra ideias socialistas e comunistas, destacando que essa também é uma preocupação dele em relação à população brasileira. "Sempre falo que não podemos permitir que o Brasil se torne a Venezuela, e a Venezuela chegou a esse ponto porque perseguiu políticas como as das administrações Lula e Dilma", afirmou.
Ainda sobre a Venezuela, o presidente brasileiro reiterou que a situação no país será um dos principais tópicos a serem discutidos na reunião que terá nesta quarta-feira, 19, com Trump na Casa Branca. Bolsonaro afirmou que discutirá alternativas com o presidente americano, "dentro do que for realista no front diplomático", para assegurar que a Venezuela "retorne à paz, democracia e liberdade".
Ainda em relação à reunião com Trump, Bolsonaro destacou que a conversa será focada em como ajudar ambas as nações a crescerem. "Queremos aprofundar nossos laços comerciais com os Estados Unidos", frisou
Fake news
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a população brasileira já não acredita mais na mídia tradicional, que estaria "dominada" pelo viés ideológico de esquerda. "Há muita fake news circulando no Brasil", declarou em entrevista à emissora americana FoxNews.
Segundo Bolsonaro, a mídia tem usado declarações "sem contexto" para criticá-lo. Sobre as alegações de que seria homofóbico, misógino e racista, o presidente respondeu: "Se fosse tudo isso, não teria sido eleito presidente". "Não tenho nada contra homossexuais, mulheres, não sou xenófobo, mas quero manter minha casa em ordem", acrescentou.
Marielle
Questionado sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), Bolsonaro afirmou não saber que Ronnie Lessa - polícia militar que está preso sob suspeita de ter executado a parlamentar - morava em seu condomínio. "A mídia, que sempre me criticou, tenta estabelecer uma conexão direta, mas nunca vi esse senhor no meu condomínio", disse.
O presidente brasileiro acrescentou que "nunca tinha ouvido falar" sobre Marielle até a vereadora ser assassinada, há um ano.