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Ciro Gomes lembra que 'previu' prisão de Temer em sabatina do Correio

"Não é bola de cristal. É conhecer essa gente", publicou o candidato do PDT nas eleições de outubro. Sabatina realizada pelo Correio em junho de 2018 contou com a presença de 11 pré-candidatos

Fernando Jordão
postado em 21/03/2019 20:26
Ciro Gomes participa de sabatina do Correio
Pouco depois de o ex-presidente Michel Temer ser preso nesta quinta-feira (21/3), Ciro Gomes ; que disputou a Presidência da República nas eleições de 2018 ; publicou um vídeo em que afirma que o emedebista iria para a cadeia. A declaração foi feita durante participação do, então, presidenciável em uma sabatina promovida pelo Correio Braziliense, em 6 de junho do ano passado.

"Não é bola de cristal. É conhecer essa gente. Minha participação na sabatina do Correio Braziliense, em junho de 2018", comentou Ciro na postagem que contém o vídeo.
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Na gravação, por sua vez, o pedetista explica, no entendimento dele, por que foi processado por Temer e pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, também do MDB. "Peguei no tempo que estava em pleno comando da Câmara o Michel Temer e o Eduardo Cunha, batendo bola um com o outro para roubar a Nação. Eu fui processado por ambos e um já está na cadeia, o outro vai", disse, na ocasião.

Em maio de 2017, Ciro foi condenado a pagar indenização de R$ 30 mil a Temer por danos morais, por ter chamado o, então, presidente de "capitão do golpe", em referência ao processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que levou o emedebista a assumir o Palácio do Planalto.

"Todo mundo fica chocado. ;O Ciro é um temperamento...;. E é isso? Por elegância agora nós vamos deixar tudo isso acontecer? Nossa gente morrendo como mosca nos hospitais. Nossos jovens sendo assassinados como mosca nas periferias e nós, por uma elegância, uma aristocracia, que não é um pedido do povo, não. Isso é um medo de quem tem rabo de palha e quer que a gente cumpra um acordo, que é o acordo da máfia. Omertà. E eu não pertenço à máfia. Não tem omertà para mim. Eu vou contar a história para quem quiser ouvir", conclui Ciro, no vídeo.

Confira a sabatina com Ciro Gomes na íntegra:

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Prisão

Michel Temer foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (21/3), em sua casa, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Às 16h26, o jato da corporação levou ex-presidente até o Rio, onde Temer ficará detido, em uma cela especial da sede da PF.
A prisão foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal. Os policiais cumpriram também, no Rio de Janeiro, mandado contra Moreira Franco, ex-governador do Rio e ex-ministro de Minas e Energia de Temer. Ele ficará na unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói (RJ). Há mandados de prisão preventiva ou temporária contra outras oito pessoas: o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer; Maria Rita Fratezi; Carlos Alberto Costa; Carlos Alberto Costa Filho; Vanderlei de Natale; Carlos Alberto Montenegro Gallo; Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann.
As prisões são desdobramento das operações Radioatividade, a 16; fase da Lava-Jato que investigou corrupção na usina de Angra 3, Pripyat e Irmandade. Com o fim do mandato presidencial de Temer, a apuração saiu do Supremo Tribunal Federal e foi para a 7; Vara Criminal do Rio de Janeiro. As denúncias contra Temer se baseiam em delações de José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, que admitiu desvios de recursos na construção da usina e envolveu o ex-presidente, Moreira Franco e o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e um dos alvos dos mandados desta quinta-feira.

Sabatina

O evento Correio Entrevista ; Presidenciáveis 2018 foi realizado em 6 de junho do ano passado, com 11 nomes que, à época, estavam colocados como pré-candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro. A iniciativa, que teve apoio do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), contou com as presenças de Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Flávio Rocha (PRB), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), Manuela D;ávila (PCdoB), Marina Silva (Rede), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Rodrigo Maia (DEM).

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