Na primeira manhã em que acordou no Brasil, após viagem oficial de três dias no Chile, o presidente Jair Bolsonaro começou a trabalhar na articulação da reforma da Previdência, principal projeto de seu governo cuja aprovação ficou mais ameaçada após discordâncias entre o presidente e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Pela manhã, Bolsonaro se reuniu com o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), na residência oficial do Palácio da Alvorada. Ao sair do encontro, que durou pouco menos de uma hora, Vitor Hugo confirmou que o tema foi a Proposta de Emenda à Contituição (PEC) que altera as regras de aposentadoria.
"Tratamos sobre articulação política. Sobre a próxima semana agora, como retomar os trabalhos para aprovação da nova Previdência, a questão dos votos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)", afirmou.
Sobre as trocas de farpas entre Bolsonaro e Rodrigo Maia (DEM), Vitor Hugo informou que o clima vai "arrefecer". "O presidente sempre esteve calmo", afirmou o deputado", acrescentando que não tratou diretamente sobre um possível encontro entre os dois. "Mas vamos caminhar para uma aproximação", disse.
Relação estremecida
Desde a quinta-feira (20/3), a relação entre Maia e o governo Bolsonaro ficou estremecida. Incomodado com cobranças do governo para garantir a aprovação do projeto da Previdência e do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, Maia chegou a fazer críticas ao ex-juiz e a dizer que cabia ao governo federal fazer a articulação de suas propostas.
No mesmo dia, Bolsonaro disse que não entendia o motivo da insatisfação e que conversaria com Maia. No sábado, o presidente da Câmara afirmou, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, que . O presidente, por sua vez, reclamou que alguns políticos não querem deixar a velha política de lado, mas baixou o tom no fim do dia, dizendo que não seria arrastado para um campo de batalha com Maia.