A chancelaria palestina afirmou, nesse domingo (31/3), que consultará seu embaixador no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, ao lado do premiê israelense, Binyamin Netaniahu, a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém.
"(A abertura da representação) é uma violação flagrante ao povo palestino e seus direitos, bem como uma aprovação à pressão americana e israelense", afirmou o chanceler Riad Malki, segundo a agência palestina de notícias Wafa.
Malki disse que a medida tem como objetivo "perpetuar a ocupação, as atividades de assentamentos e a anexação da parte ocupada de Jerusalém", além de "impor à força" a lei israelense na região.
O ministro também reafirmou que os palestinos consideram Jerusalém como parte do território palestino ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e que essas ações "não darão à ocupação (Israel) direitos sobre Jerusalém Oriental e seus arredores".
Bolsonaro anunciou neste domingo a abertura de uma representação do país em Jerusalém. A decisão, segundo o governo brasileiro, significa que a mudança da embaixada de Tel-Aviv foi temporariamente descartada, mas ainda é analisada.
O escritório brasileiro de negócios, no entanto, não terá status de Embaixada, esclareceu o porta-voz da Presidência da República, Otávio Santana do Rêgo Barros. "Vai tratar das questões de comércio, ciência e tecnologia como foi apresentado a vocês pela declaração", continuou.