Politica

Bolsonaro condecora grupo israelense que ajudou nas buscas em Brumadinho

O presidente Jair Bolsonaro entregou a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul para a Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel

Rosana Hessel - Enviada Especial
postado em 01/04/2019 07:25
Insígnia é amarrada por Bolsonaro na bandeira da Brigada de Busca e Salvamento do ComandoRamia (Israel) ; O presidente Jair Bolsonaro entregou, nesta segunda-feira (1;/4), a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul para a Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel, a unidade de segurança nacional israelense, pela colaboração no resgate das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em Minas Gerais.

O presidente contou que poucas horas após o desastre de Brumadinho, recebeu um telefonema do premier de Israel, Benjamin Natanyahu, oferecendo ajuda. "Agradeci e aceitei imediatamente. O trabalho dos senhores foi excepcional. Fez com que os nossos laços se fortalecessem. Nunca nos esqueceremos do apoio por parte de vocês", disse, pouco antes de entregar a comenda ao comandante da Brigada, Tamir Yadai. Em seguida, a insígnia foi amarrada na ponta superior do mastro da bandeira da instituição.

O governo de Israel enviou um avião com uma missão de 133 pessoas, entre especialistas e membros da Brigada para Brumadinho. A equipe israelense levou equipamentos para localizar vítimas a partir de seus telefones celulares soterrados pela lama da barragem.

A cerimônia de entrega ocorreu no Comando da Frente Interna de Israel, em Ramia a 48km de Jerusalém. A homenagem é destinada à Brigada, que costuma realizar uma missão de ajuda no exterior a cada ano aproximadamente. Além de jovens, os mais graduados da instituição costumam ser integrantes da reserva.

Em Israel, homens e mulheres prestam serviço militar, sendo que os homens ficam dois anos e oito meses ems erviço, e as mulheres, dois anos.

Histórico

Criada em 1822, por Dom Pedro I, a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul é mais alta homenagem que o presidente do Brasil concede a personalidades estrangeiras. A comenda foi abolida pela primeira Constituição republicana, em 1891, e restaurada em 1931, pelo ex-presidente Getulio Vargas.

Entre as pessoas que já receberam essa comenda estão nomes e figuras contraditórias, como o médico e revolucionário Ernesto Che Guevara; o ditador italiano Benito Mussolini; a rainha Elizabeth II, do Reino Unido; o ex-presidente dos Estados Unidos, Dwigth Einsenhower; o astronauta russo Iuri Gagarin; o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro; o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela; o ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy; a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner; e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Agenda

Bolsonaro chegou a Israel no domingo (31/3) e fica até quarta-feira (3/4). Na tarde desta segunda-feira, acompanhado do primeiro-ministro israelense, o presidente vai ao Muro das Lamentações, na cidade velha de Jerusalém.

Amanhã, ambos participam da abertura do encontro empresarial Brasil-Israel e de um almoço com empresários. À tarde, a agenda inclui visita Centro de Memória do Holocausto e ao Bosque das Nações, onde o presidente brasileiro deverá plantar uma muda de oliveira.

No último dia da visita oficial, está prevista a ida do presidente brasileiro à cidade de Raanana visitar uma comunidade brasileira pela manhã, nas imediações de Tel-Aviv, onde moram cerca de 300 famílias. A cidade tem sinagoga com rabino brasileiro. A prefeitura da cidade está convocando todos os brasileiros que vivem em Israel para irem à Raanana. A comunidade brasileira em Israel é composta por 13 mil pessoas.

Integram a comitiva os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Marcos Pontes; o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, tenente-brigadeiro Raul Botelho. Um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP), e a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) também integram a comitiva.

Escritório de negócios

Na segunda-feira, após o encontro de Bolsonaro e Netanyahu na casa do premier, em Jerusalém, o presidente brasileiro anunciou a criação de um escritório de promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação, que será integrado por pessoas que não são do corpo diplomático, ou seja, novos cargos para o presidente nomear.

Mesmo assim, após o anúncio do escritório, o governo da Palestina chamou seu embaixador no Brasil para pedir explicações. Até o momento, o governo brasileiro em Israel não comentou o assunto. Jerusalém é considerada uma cidade sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e a sinalização de que, no futuro, o país mudaria a embaixada para lá, como anunciou os Estados Unidos, não vem agradando países árabes e muçulmanos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação