Politica

Bolsonaro reconhece dificuldade em transferir embaixada israelense

Além da aproximação com Israel, Bolsonaro também falou sobre a relação com o Congresso Nacional e a reforma da Previdência em entrevista à Record

Ingrid Soares
postado em 01/04/2019 21:46
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira (1;) que, pelo menos por enquanto, não pretende transferir a embaixada da capital israelense para a cidade sagrada, conforme prometido durante a campanha eleitoral. ;Eu fiz uma promessa de campanha e obviamente eu vi depois a dificuldade, não é uma coisa tão simples assim. Nós demos um passo muito grande há duas, três semanas quando colocamos de forma independente as questões junto à ONU, que trata dos direitos humanos. Fui muito criticado pela mídia brasileira, que eu rompi uma tradição votando contra a Palestina;, relatou.
A declaração ocorreu durante uma entrevista concedida à Record. Bolsonaro está em Israel desde o último domingo (31), onde fica por três dias para discutir parcerias entre as duas nações em diversas áreas. A segurança e a defesa, no entanto, são os dois principais objetivos da visita. No último domingo (31), Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, o que de acordo com assessores, é uma representação de caráter diplomático.
No mesmo dia, por meio das redes sociais Bolsonaro escreveu: ;Reconhecendo os vínculos históricos de Jerusalém com a identidade judaica e também que a cidade é o coração político do Estado de Israel, anunciei que o Brasil abrirá lá um escritório brasileiro para promoção do comércio, investimentos e intercâmbio em inovação e tecnologia.;
Em um outro trecho, ele explica que Brasil e Israel firmaram seis acordos de cooperação: quatro relativos a segurança pública, questões relacionadas à ciência e tecnologia, defesa e a serviços aéreos. No que se refere a segurança pública, foi firmada parceria de prevenção e combate ao crime organizado. Outros dois acordos seriam relativos ao plano de cooperação na área da saúde e da medicina, entre ministérios da Saúde, e uma cooperação entre Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Autoridade Nacional de Cybersegurança de Israel (INCD) na área de cibersegurança.
Por outro lado, autoridades palestinas condenaram a decisão e anunciaram que chamarão de volta seu embaixador no Brasil para consultas e para estudar uma resposta à medida. Também pediram uma reunião com Bolsonaro, ainda sem data prevista para ocorrer. ;Não temos problemas de parte a parte. Por outro lado, respeito a decisão. Quem decide onde é a capital de Jerusalém é o parlamento. Não podemos negar isso aí. Agora, o Brasil tem que ser respeitado também. Além das suas decisões, temos que respeitar as decisões de outros países, não importam eles quais sejam".

O presidente afirmou ainda que pretende levar para Israel, jovens universitários brasileiros que estejam concluindo estudos nas áreas de ciências, tecnologia, inovação, entre outros.
Além da aproximação com Israel, Bolsonaro também falou sobre a relação com o Congresso Nacional e a reforma da Previdência. Disse que está aberto ao diálogo com os parlamentares e espera que as propostas sejam aceitas pelo Congresso.
;Alguns acham que eu estou fazendo pouco, vamos agora deixar pelo menos meio dia da minha agenda no Brasil para atender deputados e senadores. O diálogo vai continuar acontecendo com maior intensidade agora, vamos ver o que eles querem. Fui deputado por 28 anos, conheço bastante o parlamento e vamos, com certeza, chegar a algum tema porque o que apresentei ao parlamento com a reforma não é um projeto meu, é um projeto do Brasil. O parlamento é muito importante para aperfeiçoar essa proposta, não pode é ficar sem votar, porque daí o Brasil perde como um todo. Se o Brasil não aprovar a reforma da previdência, no meu entendimento, nós estamos a um passo do caos econômico onde todos perderão. Tomar cuidado para que essa pequenas brigas não se transformem num divórcio;.
Em seguida, o presidente comentou sobre pontos polêmicos da reforma da Previdência, como a questão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que pode passar por mudanças e também sobre a aposentadoria rural. ;Não é fácil, a questão do BPC, eles querem alterar, a bola está com eles. Eles poderão atender melhor com essa nova proposta, o interessado na ponta da linha que é aquela pessoas idosa que tem esses problemas de saúde. A questão da aposentadoria rural, o que precisa ser feito, no meu entender, é uma forma de cadastrar os beneficiários. Quem acompanha, diz que uma parte considerável é fraude. Nós queremos atender aquele que vai se aposentar como produtor rural, mas temos que combater a fraude. O objetivo disso é tirar de um local o cadastro dessas pessoas e colocar em outro, se for apenas essa mudança, acho que da nossa parte não tem problema. Se bem que, a bola está com o legislativo agora;, comentou.
Por último, o capitão reformado, falou sobre o desemprego no país e atacou novamente o método aplicado pelo IBGE. "Com todo respeito ao IBGE, essa metodologia aplicada internacionalmente não é a mais correta. Acho que é fácil ter a metodologia precisa no tocante ao emprego. É você ver os dados bancários e dados juntos à Secretaria de Trabalho. Quantos empregos geramos a mais por mês ou perdemos. É muito simples. Hoje leva-se em conta quem está procura emprego. Quem não procura, não é tido como desempregado. Quem recebe Bolsa Família é tido como não empregado. Quando há uma pequena melhora na questão do emprego no país, essas pessoas que não estavam procurando, procuram. Quando procuram e não acham, aumenta a taxa de desemprego. É uma coisa que não é a realidade. São índices feitos para enganar a população.;, concluiu.

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