Se os governadores não se engajarem na reforma da Previdência, o texto pode não sair do papel, alertou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta terça-feira (2/4). Ao chegar à Câmara, depois de se reunir com líderes partidários na Residência Oficial, ele ressaltou a importância da ajuda dos estados na mobilização pelos votos favoráveis à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2010.
Maia reforçou que os governadores precisam apoiar a reforma, de maneira ativa, no Congresso. ;É importante que eles compreendam que não é o papel apenas de vocalizar a favor, como alguns estão fazendo ; e eu agradeço muito ;, mas colaborar com votos;, disse.
O deputado destacou o papel dos governadores do Nordeste, que são todos ;de centro-esquerda;, na busca por apoio. ;É importante que os deputados ligados a esses governadores ajudem. Porque, se não tem essa parte dos governadores, aí, sim, tem algum risco de a gente não ter a maioria de 308 para aprovar;, alertou Maia. ;Todo governador tem influência nos deputados;, reforçou.
Segundo Maia, há ainda uma "polêmica forte" em relação aos temas que impactam os estados. Ele afirmou que algumas bancadas trabalham contra a reforma, sobretudo as do Nordeste, que têm mais veículos com pessoas que recebem benefícios cujas mudanças costumam gerar mal estar, como Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria rural.
"Tenho que conversar com governadores. O ideal é que tivéssemos uma votação para esses pontos, com todos os estados e todos os partidos. Todos terão o benefício da aprovação da Previdência e o sacrifício em votar", pontuou o deputado.
Nos próximos dias, Maia deve se encontrar com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Para que uma PEC seja aprovada pela Câmara e possa ir para a avaliação do Senado, precisa do apoio de 308 dos 513 deputados, em dois turnos.