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Bolsonaro defende reforma da Previdência: 'Não temos outra alternativa'

Bolsonaro se reuniu com Paulo Guedes e integrantes da equipe econômica nesta segunda-feira

Rosana Hessel
postado em 06/05/2019 17:13
BolsonaroNo mesmo dia em que surgiram novas tensões no mercado externo por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China e em que as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caíram de 1,7% para 1,49%, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, saíram em defesa da reforma da Previdência, após reunião.

O encontro de Bolsonaro com Guedes e integrantes da equipe econômica durou pouco mais de uma hora. Na saída, Bolsonaro afirmou que não existe plano B para a reforma. ;Não temos outra alternativa. A reforma da Previdência é o primeiro grande passo para nós conseguirmos aqui a nossa liberdade econômica;, disse. ;Outra alternativa, se o Brasil continuar tendo deficit ano a ano, é imprimir moeda, né Paulo Guedes? Eu acho que, se for imprimir moeda, eu acho que vocês sabem o que vem atrás: vem inflação. Outra é conseguir empréstimo aí fora. Será que querem emprestar para nós? Com que taxa de juros?;, justificou.

Guedes tentou minimizar a piora nas estimativas de crescimento do país neste ano em meio aos atrasos na tramitação das reformas, um claro sinal de insatisfação do mercado com a falta de medidas mais concretas do novo governo para a retomada da atividade econômica e o combate ao desemprego, que voltou a crescer e deixa mais de 28 milhões de trabalhadores brasileiros desalentados ou subutilizados.

;Assim que aprovadas as reformas, o país retoma o caminho de crescimento econômico sustentável. O crescimento está em torno de 1,5%, mas, nos últimos 10 anos, ele é 0,5%. Então, não há novidade nenhuma dessa desaceleração econômica. O Brasil está prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento e nós vamos escapar disso com as reformas;, disse Guedes.

A partir de julho

Para o ministro, a retomada do crescimento ocorrerá a partir de julho. ;A reforma da Previdência abre um horizonte de 10 a 15 anos de recuperação do crescimento, na mesma hora, disparam as zonas de investimento interno, atraem também os investimentos externos. Nós vamos começar simplificar e reduzir os impostos, vamos fazer a descentralização de recursos para estados e municípios e o Brasil, de julho em diante já está crescendo de novo. Essa é a verdade a respeito do crescimento;, completou.

Ao ser questionado sobre o impacto das tensões entre China e EUA no mercado brasileiro, Guedes desconversou. ;O mundo depois de crescer por vários anos, estimulado pelos bancos centrais, está em franca desaceleração;, disse.

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