Alessandra Azevedo
postado em 09/05/2019 16:18
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não classificou como uma derrota. Ao chegar à Casa, na tarde desta quinta-feira (9/5), o deputado disse que não faz diferença, porque não há nenhuma mudança nas atribuições do órgão, que rastreia transações suspeitas e atua no combate a crimes como lavagem de dinheiro.
[SAIBAMAIS]"O mais importante é que ninguém está mexendo no Coaf. Continua com suas atribuições garantidas, onde ele estiver", ressaltou Maia. A decisão de tirá-lo do Ministério da Justiça, hoje comandado pelo ministro Sérgio Moro, foi tomada nesta quinta-feira pela comissão mista de deputados e senadores que discute a Medida Provisória (MP) 870, da reforma administrativa.
O entendimento de Maia não é igual ao do governo, que defende a permanência do órgão na pasta comandada por Moro e sofreu uma clara derrota com o placar de 14 votos a favor da mudança e 11 contrários. Boa parte dos partidos que decidiram pela transferência do Coaf para a Economia fazem parte do chamado Centrão, que, mais uma vez, mostrou ter mais influência parlamentar do que a base governista.
O texto ainda precisa passar por votação nos plenários da Câmara e do Senado, onde poderá ser alterado. Para Maia, "a decisão do plenário precisa ser respeitada", assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Se a decisão do plenário for manter (o Coaf) na Economia, o Paulo Guedes é um homem com a mesma seriedade que os outros ministros do governo", defendeu o presidente da Câmara.
Ele também lembrou que o Coaf esteve no Ministério da Economia (antes chamado de Ministério da Fazenda) desde a criação, o que só mudou no governo do presidente Jair Bolsonaro. "Acho que está tudo preservado. Desde que foi criado, nunca houve nenhuma dúvida em relação ao trabalho do Coaf, ninguém nunca disse que algum cidadão foi protegido pelo Coaf", reforçou.