Agência Estado
postado em 15/05/2019 22:10
A líder do governo no Congresso, Joice Hassellmann (PSL-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro foi apenas ele mesmo ao dizer nesta quarta-feira que os manifestantes que saíram às ruas de todo o País para protestarem contra bloqueios de recursos para universidades eram "idiotas úteis" e "massa de manobra".
"Quem votou no Bolsonaro sabe que ele tem um posicionamento muito firme com essas questões ideológicas. Eu não imagino o presidente mandando uma mensagem de afago e de carinho para grupos que estão fazendo movimentos de rua travestidos, embalados em uma bandeira vermelha. Ali tem muita gente que é viúva do governo passado, então não queiram que o presidente, sendo o homem forte que ele é, acabe virando um presidente água com açúcar, como ele nunca foi. Então, ele simplesmente foi o presidente Bolsonaro", disse.
Os protestos foram realizados em, ao menos, 228 cidades em todos os Estados e no Distrito Federal. Além das manifestações, universidades e algumas escolas cancelaram as aulas.
Hassellmann elogiou a postura do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que foi questionado por deputados durante quase seis horas em uma audiência na Câmara. Ele foi convocado ontem para explicar o bloqueio de recursos para as universidades.
A deputada ressaltou a sua estratégia de blindar o ministro e disse que durante toda o dia ficou ao seu lado para dar conselhos. "Eu fiquei ali dizendo o que ele deveria ignorar e o que deveria responder. Quando o deputado o xingou, a gente ficou desenhando no papel para ele não ouvir", disse.
Joice afirmou que a oposição saiu derrotada porque participou do movimento para desgastá-lo, mas, em sua opinião, Weintraub se saiu muito bem. A deputada negou as acusações de alguns de seus pares de que a pasta teria uma pauta ideológica.
A líder do governo também afirmou que já entrou em campo para apaziguar os ânimos dos líderes parlamentares, inclusive o líder do seu partido, delegado Waldir (PSL-GO), que quer convocar o ministro Onyx Lorenzoni por declarações dele sobre supostos interesses dos deputados no imbróglio sobre a suspensão do contingenciamento dos recursos para as universidades. "Vamos conversar com o delegado Waldir e não haverá a convocação do Onyx. Não houve mentira do governo ou dos parlamentares sobre este caso, foi um mal entendido", disse.