postado em 23/05/2019 04:05
Além dos aspectos políticos, Rodrigo Maia também falou sobre as conversas com o secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho, sobre regras de transição para a reforma da Previdência, principalmente a dos servidores públicos. Ele chegou a dizer que não é justo que uma pessoa que fez concurso público e esteja prestes a se aposentar aos 58 anos seja obrigada a trabalhar até os 65 anos.
;Estamos construindo. Estou conversando com Rogério Marinho, porque a regra tem um custo. Se der a mesma transição do Regime Geral (RGPS, dos trabalhadores da iniciativa privada) para o Regime Próprio (RPPS, dos servidores) vai custar R$ 200 bilhões;, destaca. E se esse montante não for considerado na reforma, a meta de redução de gastos de R$ 1,2 trilhão, em 20 anos, prevista pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não será cumprida.
;É nisso que vamos concentrar nosso acordo com a sociedade, com os servidores? Pode ser. Ou não. Então, é uma decisão de escolha. Se tirar muito de um tema, perde-se as condições de discutir outros que estão colocados. Temos que mostrar à sociedade que há uma distorção;, lembra Maia. Por outro lado, ele falou que é ;100% a favor da alíquota progressiva da contribuição previdenciária; ; mais altas para os que têm maiores salários. Mas, para que as alterações nas aposentadorias funcionem e gerem eficiência nas políticas públicas, é preciso que as mesmas regras sejam aplicadas em todo o país ; União, estados e municípios. ;Não adianta resolver o sistema previdenciário da União e deixar que estados e municípios continuem com deficits enormes, que dobram em quatro anos, como aconteceu com os últimos governadores, em alguns locais;.
Capitalização
Maia diz ainda que continua ;solitariamente; defendendo uma forma híbrida de capitalização. ;A capitalização pode ser logo aprovada, mas a regulamentação, para evitar pressão no Parlamento e futura aprovação de um texto que não atenda às propostas do governo, poderá vir em um segundo momento, quando as desigualdades, o desemprego e a informalidade estiveram caindo e a economia, subindo. Aí, poderemos ter a clareza sobre se a maior parte dos brasileiros vai poder garantir sua poupança;, explica. Para ele, com a capitalização, é preciso ter na base um sistema de repartição ou de renda mínima para quem não consegue poupar por 15 ou 20 anos. ;Eles terão garantido, pelo menos, um salário mínimo para a aposentadoria;.