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Mantega e Coutinho viram réus por repasse de R$ 8 bi do BNDES à JBS

Juiz de Brasília aceitou denúncia em decorrência de diversas irregularidades apontadas por investigação da Polícia Federal

Renato Souza
postado em 24/05/2019 10:34
Juiz de Brasília aceitou denúncia em decorrência de diversas irregularidades apontadas por investigação da Polícia Federal
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e o ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) Luciano Coutinho, se tornaram réus na Justiça Federal de Brasília, nesta sexta-feira (24). Eles são acusados de viabilizar um empréstimo irregular de R$ 8 bilhões à empresa JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.

A denúncia foi aceita pelo juiz Marcus Vinicius, da 12; Vara Federal de Brasília. Ele rejeitou denúncia contra outras sete pessoas, entre elas o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e Joesley Batista.

[SAIBAMAIS]Mantega vai responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, gestão fraudulenta de instituição financeira e práticas contra o sistema financeiro nacional. Coutinho é acusado de formação de quadrilha, práticas contra o sistema financeiro e gestão fraudulenta.

Os fatos foram investigados pela força-tarefa da Operação Bullish e de acordo com o relatório da operação, o dinheiro foi repassado para a JBS entre 2007 e 2009. No esquema, foram emitidas notas fiscais fraudulentas, ocorreram investimentos simulados, doações irregulares para campanhas eleitorais e serviços pagos não foram prestados.

De acordo com as investigações, o elo entre a JBS e o Ministério da Fazenda era Victor Sandri, assessor de Mantega. Ele é acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, gestão fraudulenta e prevaricação. Os demais réus no mesmo processo são Gonçalo Ivens e Leonardo Vilardo Mantega.

Delação


Na decisão, o magistrado afirma que por força de um acordo de colaboração firmado com o Ministério Público, Joesley Batista foi isentado de culpa. O magistrado lembra que uma eventual revisão do acordo está aguardando posição da Justiça.

O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou o rompimento do acordo com Joesley. No entanto, essa solicitação ainda aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

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