Luiz Calcagno
postado em 27/05/2019 17:30
A votação da Medida Provisória número 870/2019 será apertada no Senado. Parlamentares da oposição cobram coerência do governo, principalmente, a respeito de onde ficará o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf), prometido ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas que está travando o andamento da MP.
[SAIBAMAIS]A expectativa de senadores contrários ao governo é de que cerca de 40 parlamentares votem pelo retorno do órgão, que está na Economia desde a votação na Câmara, na última quinta-feira (23/7), para Moro. A medida assinada por Jair Bolsonaro no início do governo, configura a Esplanada em 22 ministérios.
A definição, no entanto, tem data para acabar. Se, até 3 de junho, não se tornar lei aprovada pelo Congresso, o desenho do centro político Federal de Brasília volta a ser como no governo Temer, com 29. O líder do PSL (partido do presidente da República) no Senado, Major Olímpio, disse que lutará para que o órgão volte para a batuta de Moro. O mesmo afirmou o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AM).
Se passar, a MP volta para a Câmara, (onde os deputados já decidiram pelo Coaf na Economia) para uma nova votação. Na Casa, mesmo os parlamentares governistas abriram mão do Coaf na Justiça e Segurança Pública. Mas, o senador Major Olímpio disse que o Bolsonaro não o procurou para que voltasse atrás no que considerou o seu dever. Segundo ele, o Coaf nas mãos de Moro eram, inclusive, uma constante nas manifestações pró-governo deste domingo.
O senador fez as afirmações em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira. Disse, ainda, que não pressionaria os outros senadores do PSL a votar como ele, e que há tempo hábil para que o destaque do Coaf na MP volte para a Câmara e, novamente, para o Senado, antes de caducar. Questionado sobre o risco, avisou que "responde cada um na medida de sua responsabilidade".
Ele contabilizou uma quantidade menor de votos pelo Coaf com Moro. Cerca de 30. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, por sua vez, disse que votará pelo Coaf com Moro, pois não tem o que temer, e afirmou que o governo precisa ser claro sobre onde deseja o Coaf. Além disso, ele criticou o envolvimento do presidente da República com as manifestações,o que chamou de Chavismo de direita.