postado em 28/05/2019 04:06
Onde ;pegou;
Número de manifestantes à parte, o que mais irritou os congressistas foi a fala do presidente Jair Bolsonaro elogiando as manifestações de domingo que, claramente, se mostraram contra o Congresso e o STF. Parlamentares dos mais variados partidos diziam em conversas reservadas que o presidente, apesar das ressalvas no discurso público, dá todos os sinais de que trabalha para jogar a população contra o Parlamento. E, verdade seja dita, o Congresso até aqui não se colocou contra as reformas. Ao contrário, estuda o projeto e cumpre os prazos. Os líderes estão tão desconfiados de que Bolsonaro quer mesmo é briga que nem a fala do presidente, propondo um pacto entre os Poderes, tirou essa impressão de inclinação ao confronto.
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É nesse clima que chega a hora da verdade para a Medida Provisória 870 (da reestruturação administrativa) ; o primeiro teste pós-manifestações ; e as negociações em torno da reforma da Previdência.
Cheiro de impasse I
Se o presidente Jair Bolsonaro quer distância dos ;conchavos;, assim será. Caso o Senado mude o texto da MP 870 aprovado na Câmara , a Casa seguirá a resolução número 1 à risca. A Resolução fixa um prazo de três dias para análise da modificação feita pelo Senado Federal: o último dia será na sexta-feira.
Cheiro de impasse II
Se as ruas decretaram que nem o Centrão nem Rodrigo Maia prestam, o governo, maior interessado, que procure arregimentar os votos para aprovar a MP 870 numa sexta-feira, ligando e organizando uma maioria. Aliados do presidente, entretanto, dizem que a votação é obrigação do Congresso. E quem faltar que arque com as consequências.
O texto só será mantido na forma aprovada pela Câmara se o presidente pedir publicamente;
Do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), disposto a votar para devolver
o Coaf ao Ministério da Justiça,
onde está hoje o ex-juiz Sérgio Moro
Onde vai ;pegar;
O governo monitora dia e noite os dados da economia e a ameaça de recessão técnica, visto hoje como o maior problema. Já existe o diagnóstico de que esse risco só será debelado se houver um diálogo mais harmônico entre os Poderes para levar adiante as reformas. O problema é que, com o Congresso e o STF achincalhados em manifestações pró-governo, a conversa fica cada vez mais difícil.
O desabafo da ministra/ Ao abrir a semana de orgânicos do Ministério da Agricultura, a ministra Tereza Cristina (foto) botou a boca no trombone contra aqueles que criticam a qualidade dos produtos brasileiros por causa dos agrotóxicos utilizados. ;Considero um desserviço ao país, uma ação lesa-pátria, a campanha massiva de desinformação que alguns brasileiros de renome, inclusive com função pública, têm feito na internet contra a qualidade dos nossos alimentos. Nossos
concorrentes agradecem!”
O desabafo da ministra II/ Ao dizer que ;a pior praga é a desinformação;,
ela citou os biodefensivos, controle biológico de pragas, cada vez mais pesquisados e usados no Brasil. ;Nem nós, nem o Ibama nem a Anvisa envenenamos o prato de ninguém.(...)
É uma irresponsabilidade total, ao se tratar de um assunto tão técnico, dizer que no Brasil se aplica pesticida porque se quer, aos montes, sem critério nenhum;, afirmou. ;Eu fico realmente impressionada ao ver que, por mera disputa político-ideológica, se chegue a esse nível de mentira;.
Enquanto isso, no Planalto.../ A amigos, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, considera a comunicação o maior desafio.