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Usinas a carvão farão parte da expansão da matriz energética, diz ministro

Bento Albuquerque, do MME, participou da reinstalação da frente parlamentar mista em apoio à fonte mineral e defendeu o desenvolvimento da indústria carbonífera

Simone Kafruni
postado em 28/05/2019 19:35
Em março deste ano, a participação do carvão mineral na matriz energética do país chegou a 1,9% com 22 empreendimentos e 3,252 mil megawatts de potência instalada. Essa proporção, de acordo com o ministro, deve se manter até 2027

A matriz energética do país poderá contar com mais termelétricas a carvão mineral, disse, nesta terça-feira (28/5), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele participou do evento de reinstalação da frente parlamentar mista em apoio ao carvão mineral, na Câmara dos Deputados. ;Há muita disponibilidade do recurso;, justificou.

[SAIBAMAIS]O ministro destacou que o objetivo do Ministério de Minas e Energia (MME) é investir R$ 400 bilhões até 2027, sendo R$ 226 bilhões em geração de energia centralizada, R$ 60 bilhões em distribuída e R$ 108 bilhões em sistemas de transmissão. ;Nesse panorama, o planejamento do setor elétrico brasileiro leva em conta a diversificação da matriz. Nesse sentido, considera-se a possibilidade de que novas usinas a carvão façam parte da expansão;, disse.

No horizonte decenal, segundo o ministro, considera-se a substituição de usinas existentes por mais modernas, portanto, mais eficientes. ;Com menor emissão de gases de efeito estufa e maior controle de poluentes, como tem sido no mundo todo;, explicou.

Conforme dados do MME, em março deste ano, a participação do carvão mineral na matriz energética do país chegou a 1,9% com 22 empreendimentos e 3,252 mil megawatts de potência instalada. Essa proporção, de acordo com o ministro, deve se manter até 2027.

;A grande disponibilidade desse recurso energético, sobretudo na região Sul, com preços estáveis relativamente baixos e não vinculados ao dólar, torna o carvão uma opção relevante para compor o mix energético nacional;, justificou o ministro.

Segundo Albuquerque, o relatório final de um grupo de trabalho interministerial foi favorável à modernização do atual parque de geração termelétrica a carvão mineral. O grupo considerou as dezenas de milhares de empregos e as incertezas quanto à outras fontes, como a importação de gás natural, custo de óleo diesel e viabilização de usinas hidrelétricas com reservatórios. ;O carvão é uma opção interessante em termos de custo especialmente para a região Sul;, destacou.

O grupo de trabalho, acrescentou o ministro, identificou que a indústria do carvão pode gerar 7,5 mil empregos, além de manter os 52 mil postos atuais de trabalho. ;O desenvolvimento da indústria passa pela instalação de um polo baseado na regaseificaçao do carvão para produção de gás e insumos para indústria de fertilizantes. Hoje, existem novos conceitos e tecnologias. Buscaremos enfrentar todos os desafios;, prometeu.

Metas

De acordo com o presidente da frente, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), o colegiado vai defender bandeiras propositivas, como metas de modernização dos parques termelétricos brasileiros e tratamento tributário igualitário ao de outras fontes energéticas. ;A frente de apoio ao carvão tem sido condenada. Mas o Brasil precisa dobrar seu parque e precisamos estruturar ações para inserir o carvão na matriz;, sustentou.

Conforme Freitas, equipamentos de alta tecnologia cessam a emissão de CO2 no processo de produção de energia com queima de carvão. ;Se não fosse assim, a Alemanha não teria 40% da energia da sua matriz gerada por carvão mineral, cujas reservas estão disponíveis em 75 países e em abundância no Sul do Brasil;, assinalou.

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