Politica

Parceria pela atualização da tabela do IR

postado em 30/05/2019 04:17
Apesar dos ruídos, o governo, representado pela equipe econômica, tenta construir uma agenda com a Câmara. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, e o presidente da Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária, deputado Luís Miranda (DEM-DF), almoçaram ontem para conversar sobre o Projeto de Lei n; 3.129/2019, que atualiza a tabela do Imposto de Renda (IR) para consumidores e empresas e ainda institui a tributação sobre lucros e dividendos.

O titular do Fisco propôs parceria para apoiar o projeto. Cintra se dispôs a apresentar uma nota técnica, que, na prática, daria respaldo ao mérito da matéria. Apontou algumas sugestões de mudanças em ;pontos ou outros; que poderão ser feitos por emendas.

Apesar das articulações feitas pela equipe econômica, o relacionamento entre governo e Congresso segue sob tensão. A Comissão de Agricultura da Câmara recebeu ontem o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, após convocação feita pelos parlamentares. O que era para ser uma audiência de debate sobre repercussões para o comércio externo do agronegócio dos posicionamentos do governo na política externa, abriu espaços para críticas abertas ao Executivo.

No entendimento de alguns dos membros, a política externa está pautada em ideologias, ao ter priorizado relações com Israel e com os Estados Unidos, e ter deixado em segundo plano o mercado asiático, sobretudo o relacionamento com a comunidade árabe e a China. O presidente do colegiado, Fausto Pinato (PP-SP), disse ser aliado do governo e apoiar decisões como o corte nas relações com Cuba e Venezuela, mas criticou o ideologismo considerado de extrema direita. ;Sou assumidamente de direita, mas não sou obrigado a concordar com ideias loucas e sem dados;, declarou, referindo-se à falta de informações técnicas que tenham, até o momento, embasado as relações com nações como Israel, por exemplo, em detrimento dos países árabes.

A política externa conduzida por Ernesto teria, para alguns, obrigado a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a apagar incêndios com a recente viagem à Ásia. Em defesa, o chanceler disse que as relações com a China, por exemplo, são independentes, classificando ser possível manter os relacionamentos atuais e ampliar as relações com outros mercados. (RC e MED)

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