postado em 02/06/2019 04:25
A articulação política do governo negocia com parlamentares a liberação de R$ 10 milhões por semestre em emendas até 2020, além da oferta de cargos de confiança para aliados nos estados ; dentro das normas previstas pelo decreto 9.794/2019. Para a oposição, trata-se de troca de apoio formal à reforma da Previdência. Os recursos atenderiam até a parlamentares novatos, ou seja, não viriam apenas de emendas impositivas individuais ; consideradas como restos a pagar, que o Estado é obrigado a executar ;, dos quais os deputados de primeiro mandato teriam acesso no próximo ano. Viriam, assim, de emendas dadas às bancadas estaduais, de verbas remanejadas dentro do Orçamento de ministérios.
A articulação vem sendo feita com as bancadas nos estados, das quais integrantes de partidos dos diferentes espectros políticos no Congresso tomaram conhecimento. A deputada Rosa Neide (PT-MT) afirma que o governo sugeriu a ela o repasse das emendas à educação para redução dos impactos do contingenciamento nas universidades. Por esse motivo, o deputado Danilo Cabral (PSB-PE) entrou com representação contra Bolsonaro e Onyx na Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar eventuais crimes. ;O governo bloqueou R$ 5,8 bilhões para a educação e quer liberar R$ 12,3 bilhões somente para os deputados. Não podemos aceitar isso;, declarou.
A articulação feita por meio de emendas e cargos é vista no Congresso como natural para prestígio das bases políticas dos congressistas nos estados. Entretanto, é algo que Bolsonaro jurou combater, classificando como ;toma lá da cá;. Por esse motivo, deputados de PP, PL e PRB se recusaram a assinar um documento oferecido pelo governo, que destinaria os recursos a um Plano de Políticas Públicas ligado aos ministérios da Saúde, Educação, Cidadania, Desenvolvimento Regional e da Agricultura. ;Se a gente aceita, vão dizer que somos ;Centrão, isso e aquilo;. Vamos deixar esse desgaste para os outros;, diz um parlamentar do bloco.
Em nota, a Casa Civil informa que ;eventuais recursos que venham a ser liberados para atendimentos de demandas legítimas da população estarão dentro dos preceitos legais e éticos. E não se confundem, em nada, com as práticas corruptas do PT. Quem precisava comprar votos era o PT, que era corrupto e não tinha projeto para o país. Este governo não se assemelha em nada àqueles e nem o Congresso é o mesmo que o PT estava acostumado a lidar. A marca deste governo é o diálogo e as relações republicanas, pautadas pela ética e o respeito à população. Essa é a boa política;, diz as nota.(RC)
;Eventuais recursos que venham a ser liberados estarão dentro dos preceitos legais e éticos;
diz nota da Casa Civil