Politica

Caso Marcello Miller é relembrado em debate com candidatos à PGR

Agência Estado
postado em 04/06/2019 18:52
Denunciado por ajudar a J em seu acordo de leniência, o ex-procurador Marcello Miller foi relembrado nesta terça-feira, 4, durante debate entre candidatos à lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Indiretamente citado, ele foi criticado por postulantes ao cargo de procurador-geral da República. "Não temos de tapar o sol com a peneira. Temos de fazer padrões. Temos de ter canais de denúncia. Temos de nos dispor a auditorias internas para ver se o padrão de investigação está na direção correta", afirmou o ex-presidente da ANPR e candidato à lista tríplice José Robalinho Cavalcanti, sem citar nominalmente Miller, mas relembrar o caso de "dois, três anos atrás de um colega de dentro do gabinete procurador-geral que está alcançado e denunciado por estar trabalhando em conjunto com pessoas que estavam sob investigação". Miller era procurador e chegou a integrar a força-tarefa da Lava Jato na gestão de Rodrigo Janot. Ele deixou, porém, o MPF em abril de 2017 para trabalhar no escritório que cuidava do acordo de leniência da J. Ao ser questionado sobre as políticas de compliance que devem ser adotadas pela chefia do MP, Robalinho disse que é preciso a criação de padrões de procedimentos em "situações delicadas", como as de delações premiadas e reuniões. As afirmações dele foram feitas durante debate de dez candidatos à lista tríplice da ANPR, em São Paulo. Em resposta, o subprocurador Antonio Carlos da Fonseca criticou uma espécie de cegueira da entidade em relação a casos de corrupção interna. "Às vezes há a impressão que as coisas ruins e os malfeitos não ocorrem conosco. Esta é uma imagem errada. Aliás, a primeira coisa para se prevenir a corrupção é admitir que ela pode ocorrer em qualquer lugar", afirmou.

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