Agência Estado
postado em 08/06/2019 14:38
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse a jornalistas neste sábado, 8, que é difícil prever um cronograma de apresentação do relatório de reforma da Previdência na comissão especial, já que depende de seu relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
"É sempre difícil falar em cronograma, porque toda vez que ele é frustrado tem uma ansiedade em torno dele. E na verdade o responsável pela apresentação é o próprio relator, com quem a liderança do governo na Câmara tem mantido uma excelente relação", disse o líder do governo na Casa.
Major Vitor Hugo esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro por cerca de uma hora no Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais da Presidência. "Fiz essa solicitação para o presidente da República neste sábado para fazer uma conversa de fechamento sobre o que foi a semana nesse sentido e também traçar os prognósticos para a semana que vem."
"Nossa intenção é que a gente consiga, o mais rápido possível, mas superando, se há reunião dos governadores na terça, talvez um bom momento fosse após a reunião para ver se a partir desse encontro o relatório pode evoluir para um lado ou para outro", disse.
Major Vitor Hugo afirmou ainda que o governo não tem um número exato de votos de deputados favoráveis à proposta, mas que a avaliação é de que vem aumentando a aceitação dos parlamentares. "O que a gente consegue sentir já é vários partidos declarando apoio à proposta de reforma da Previdência, vários deputados se manifestando nas redes sociais, levantamentos da imprensa e manifestações dos técnicos e da própria sociedade. Existe um clima muito favorável."
O líder do governo na Câmara também disse que não há nenhum ponto no relatório que cause preocupação ao governo. "O Parlamento é soberano para decidir da melhor forma possível e tenho certeza que os aperfeiçoamentos que os 513 deputados e 81 senadores têm a fazer ao texto vão prover a sociedade brasileira de uma Previdência que será mais sustentável, justa e equilibrada para os nossos filhos e netos."
Major Vitor Hugo disse ainda que há uma preocupação do governo com o PLN 4, que autoriza o governo a obter crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para saldar despesas correntes. "Foi passado só a ideia de que temos que aprovar isso para que o governo consiga honrar compromissos importantes, como o pagamento do BPC, a questão do plano Safra que vai impactar a população brasileira como um todo. Mas temos certeza de que o Parlamento vai aprovar as matérias de interesse, não só do governo, mas do País."
Luciano Bivar
O líder do governo também comentou as acusações de que o presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), teria apresentado à Câmara dos Deputados e ao Tribunal Superior Eleitoral notas fiscais de duas empresas que negociam a venda desse tipo de documento.
"Ainda não houve uma reunião do partido após aflorar essas novas denúncias ou suspeitas, mas isso vai ser tratado no partido ao longo da semana. A gente não tem uma posição ainda neste momento, mas confiamos que pelo fato de as instituições estarem funcionando normalmente ele vai ter possibilidade de defesa e provar aí sua inocência e o partido vai deliberar nos órgãos competentes para tomar a melhor decisão", disse.
Agenda
O presidente Jair Bolsonaro está no Palácio da Alvorada, onde passa o final de semana. Durante a manhã, o presidente recebeu Erico Filipe de Mello e Costa, que foi secretário parlamentar de seu gabinete e de seu filho Eduardo Bolsonaro.
O presidente também esteve reunido com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e com os advogados Karina Kufa e Antônio de Rueda. A advogada Karina Kufa atuou na defesa do presidente durante as eleições e advoga para o PSL nacional. O advogado Antônio de Rueda preside o diretório do PSL de Pernambuco.
Após uma semana movimentada, com idas para Mato Grosso, Goiás, Buenos Aires e Rio de Janeiro, a agenda do presidente para este final de semana não aponta compromissos oficiais.