postado em 13/06/2019 04:14
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou, à Polícia Federal, a unificação de inquéritos que investigam a invasão dos celulares de procuradores. Para ela, é necessário seguir uma única linha de apuração para tentar identificar o autor e os motivos dos ataques virtuais. Dogde também pede que o caso do procurador Marcelo Weitzel, integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), outro afetado pelo hacker, seja alvo das diligências.
No documento enviado ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, Dodge também questiona em que pé estão as investigações. Informações obtidas pela reportagem apontam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também foi chamada para colaborar com as apurações e descobrir de onde partem e qual é a dinâmica dos ataques.
De acordo com o CNMP, os ataques contra os celulares dos procuradores foram identificados no mês passado. Para avaliar o problema, o órgão abriu investigação interna, além de avisar à PF. Em maio, a tentativa de invasão aos celulares institucionais dos integrantes do MPF foi comunicada à PGR pelos membros que atuam no Paraná e no Rio de Janeiro. Imediatamente, Dodge instaurou um procedimento administrativo ; que continua em vigor ; para acompanhar as investigações. Também foram adotadas medidas para aumentar o nível da segurança institucional contra ataques cibernéticos.
No geral, alvos do criminoso relataram ter recebido uma ligação do próprio número. Após isso, o aparelho foi clonado, e a conta do Telegram, usada para que o autor da invasão resgatasse o backup (cópia) de conversas, arquivos multimídia e documentos. No entanto, alguns procuradores não receberam a chamada via celular, o que indica mais de uma forma de hackeamento.
Ao contrário do WhatsApp, o Telegram não possui a chamada criptografia de ponta a ponta, já que os dados são enviados para um servidor da empresa. Com isso, o conteúdo pode ser interceptado no caminho entre o autor da mensagem, o servidor e o destinatário. Como a empresa proprietária do Telegram alega que não houve invasão aos computadores da empresa que armazenam os dados dos clientes, é provável que os alvos do hacker tenham deixado de ativar a verificação em duas etapas, nas configurações do próprio aplicativo. Essa ação simples impede que a conta seja aberta em uma máquina não autorizada. (RS)