Politica

"Covardia sem precedentes"

postado em 18/06/2019 04:06


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou ontem como ;uma covardia sem precedentes; a saída de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do advogado Marcos Barbosa Pinto da diretoria de Mercado de Capitais da instituição de fomento. Levy pediu demissão ontem, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer, durante entrevista, que ele estava com a ;cabeça a prêmio; por não demitir Marcos Pinto.

;Levy veio de Washington (onde ocupava cargo de diretor do Banco Mundial) para trabalhar no governo. Está errado (sair assim), não pode tratar as pessoas deste jeito. Se é para demitir, chama e demite. Ninguém é obrigado a ficar com um servidor de confiança se deixou de ser de confiança. Agora, tratar da qualidade dos dois desta forma, eu achei muito ruim;, disse Maia.

Maia afirmou que, com a demissão de Levy, cabe ao ministro da Economia, Paulo Guedes, controlar a situação. ;Quem tem que segurar firme é quem nomeou, e foi o ministro;, disse Maia.

Direito
;Acho que o Guedes errou, mas já está passado, já está decidido. Eu queria que o Marcos Pinto pudesse ser aproveitado em uma área de um debate importante sobre economia com viés social. Ele é um dos melhores do Brasil que entende desta área, é uma pena que foi feito desta forma;, completou o presidente da Câmara. Marcos Pinto pediu demissão da diretoria de Mercado de Capitais do BNDES no sábado, após a fala de Bolsonaro.

Segundo afirmou Guedes, Bolsonaro tinha ;angústia; por Levy ter escolhido para o banco ;nomes ligados ao PT;, como Marcos Pinto, que já tinha trabalhado como assessor do BNDES entre 2006 e 2007, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mercado financeiro, Marcos Pinto é respeitado entre economistas e técnicos.

Em outro evento na cidade de São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu a decisão da demissão de Levy como um direito do presidente Bolsonaro. ;Isso é um direito que o presidente tem, o presidente é quem nomeia. Houve ali uma incompatibilidade de gênios, né? Não houve sintonia entre o que desejava o presidente e como trabalhava o Levy. É uma pessoa que a gente (deve) respeitar, tomou uma decisão que a gente respeita e vida que segue;, disse Onyx.



"Levy veio de Washington (onde ocupava cargo de diretor do Banco Mundial) para trabalhar no governo. Está errado (sair assim), não pode tratar as pessoas deste jeito;
Rodrigo Maia, presidente da Câmara

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