Politica

Brasília-DF

postado em 22/06/2019 04:16



Ultima ratio regis

A transferência do general Floriano Peixoto da Secretaria-Geral para os Correios não pegou mal entre os militares no governo. Na cúpula militar, a interpretação é de que a mudança confirma que eles são a ;última razão do rei;. Em latim, ultima ratio regis. Um termo utilizado pelas Forças Armadas como o último recurso antes de um ataque armado. Afinal, presidir a estatal e cumprir com a privatização dela, como exige o presidente Jair Bolsonaro, será uma missão mais difícil do que exercer atividades administrativas do Palácio do Planalto.

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Entre generais de fora do governo, a leitura é de que, se os militares fossem, de fato, a ;última razão;, teriam permanecido com o comando da Secretaria-Geral e dos Correios. O alto escalão das Forças Armadas no Planalto, entretanto, minimiza a análise. O entendimento deles é de que só o fato de Peixoto ter aceitado a missão contará com a consideração do presidente da República pela disciplina demonstrada. Cumprindo a missão de sanear, equilibrar e privatizar a estatal, no mínimo, ficará ;peixe; de Bolsonaro. O termo é utilizado pelos próprios militares no sentido de confiança e lealdade. Para o relacionamento profissional do general com o capitão reformado, o céu será o limite.


Tal pai, tal filho

A família do novo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, tem história para contar com a família Bolsonaro. O pai trabalhou por 20 anos como assessor do agora presidente da República e morreu quando era chefe de gabinete dele, em 2017. Jorge, ou ;Jorginho; ; chamado assim entre os amigos mais íntimos ;, passou a ser chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Os amigos dizem que a competência e a fidelidade são tamanhas que o filho de Bolsonaro o cedeu, relutantemente, ao pai e à Presidência da República.

Proximidade...


Apesar de os militares não terem encarado como problema a ida de Floriano Peixoto para os Correios, aliados das Forças Armadas no Congresso veem a ascensão de Jorge Oliveira com outros olhos e deduram que, entre os mais fiéis a Bolsonaro, um influenciou o presidente na escolha: o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP).

; incômoda...

Por mais de uma vez, Feliciano comentou nos corredores da Câmara sobre Jorge Oliveira. A proximidade do parlamentar com o governo, por sinal, gerou desconforto na bancada evangélica. Os desafetos dizem que ele chega comunicando ;vai ter mudança; com uma naturalidade incômoda. Dizem na frente que, para alguém falar com Bolsonaro, deve passar por ele primeiro.

; e desconfortante

A bancada evangélica é meio ciumenta, mas Feliciano tem conseguido superar os limites. Recentemente, acumulou problemas com os deputados Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Silas Câmara (PRB-AM), presidente da frente parlamentar. Enquanto esteve no palco ao lado de Bolsonaro na Marcha para Jesus, outros não desfrutaram do mesmo prestígio. O deputado Jefferson Campos (PSD-SP) ficou furioso ao ser barrado.



Prazo de validade// A Casa Civil está brincando com coisa séria. No início da semana, a pasta se comprometeu a exonerar, ontem, a assessora especial Giselle Sousa Pereira. Agora, o argumento é de que ela sai no início da próxima semana. É esperar para ver.

Desconhecida// A pressão pela demissão de Giselle é feita dentro do Congresso e entre caminhoneiros. Afinal, ela foi escolhida para fazer a interlocução com transportadores autônomos sem ser reconhecida por líderes da categoria. A bronca entre eles é grande porque ela foi flagrada infiltrada em uma reunião deles. Não pegou nada bem.

Fortalecimento// Os caminhoneiros dizem que, se for para a Casa Civil ter algum assessor especial que faça a interlocução com a categoria, que sejam os caminhoneiros Gustavo Ávila ou Ivar Schmidt, líder do Comando Nacional de Transporte. A classe está tentando se fortalecer na Esplanada dos Ministérios e até ganhou representatividade no Congresso por meio de Frente Parlamentar, que tem 235 deputados e 22 senadores.


Histórico// O I Fórum Nacional dos Corregedores Gerais de Justiça ocorrerá em 26 e 27 de junho, em Brasília. O evento será realizado no auditório do Conselho de Justiça Federal (CFJ). A abertura solene será conduzida pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli (foto).



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