postado em 23/06/2019 04:16
A partir do ano que vem, a tendência é de que sejam realizados menos concursos públicos no país. A medida, confirmada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, foi tomada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer barrar a aplicação de novos certames para economizar gastos com o funcionalismo federal. Segundo o presidente, poucas áreas terão concurso. ;A gente até gostaria em uma área ou outra. Abri uma exceção para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Fora isso, dificilmente teremos concurso no Brasil nos próximos poucos anos;, afirmou.
Para justificar a decisão, Bolsonaro também citou restrições no orçamento público. Além disso, ele frisou que não é o governo quem deve criar empregos. ;Emprego não sou eu. Emprego quando crio cargo de comissão ou quando faço concurso. Paulo Guedes decidiu basicamente que poucas áreas terão concurso, porque não tem como pagar mais. O problema é esse;, destacou.
De acordo com o presidente, para reduzir a taxa de desocupados no Brasil, que hoje é de pouco mais de 13,2 milhões de pessoas, é preciso estimular o crescimento da economia do país com investimentos privados. Nesse sentido, reforçou a necessidade de que a reforma da Previdência seja aprovada. Atualmente, o texto tramita na Câmara dos Deputados.
;A partir do momento em que ninguém investe aqui, a taxa de desemprego aumenta e aí vem a violência. Tudo de ruim vem atrás. Em todas as minhas andanças pelo mundo, parece que a palavra mágica passou a ser reforma da Previdência. Muita gente quer investir aqui. E gente de dentro do Brasil. Estão esperando isso que virou algo mágico. Se a Previdência sair, voltamos a ter confiança e os investimentos virão. E atrás disso vem emprego;, garantiu.
Congresso
Visivelmente insatisfeito com a aprovação no Congresso de um projeto de lei que transfere a parlamentares o poder de indicar integrantes de agências reguladoras, Bolsonaro disse que a medida vai transformá-lo em uma ;rainha da Inglaterra;, que reina, mas não governa.
;Querem tornar privativo do Parlamento indicações para agências. Querem me deixar como rainha da Inglaterra?;, questionou. Na avaliação dele, as agências ;travam ministérios, pois você fica sem ação, tem que negociar com a agência, cria um poder paralelo;. O projeto recebeu o aval da Câmara ainda em 2018 e foi aprovado pelo Senado em maio deste ano. Agora, aguarda a sanção de Bolsonaro para virar lei. O presidente tem até terça-feira para aprovar ou vetar o documento.