Politica

Encontro com Trump no G20

postado em 27/06/2019 04:25


Osaka (Japão) ; Em meio à disputa comercial por mercados entre os Estados Unidos e a China, os presidentes norte-americano, Donald Trump, e brasileiro, Jair Bolsonaro, confirmaram uma reunião bilateral na sexta-feira, primeiro dia do encontro de líderes do G20. O detalhe: Bolsonaro também vai se encontrar com Xi Jiping, líder do país asiático, mas esse compromisso só foi confirmado depois do anúncio da reunião com Trump. Ao longo de todo o dia de ontem, a conversa com o líder chinês não estava incluída na agenda, e acabou definida menos de uma dia antes do início do evento de cúpula.

O atraso na confirmação da agenda com o chinês é simbólica. A reunião do G20, que reúne os países com as maiores economias do mundo, tem como pano de fundo a guerra comercial entre os chineses e os norte-americanos, envolvendo denúncias de espionagem e retaliações. Enquanto parte do governo brasileiro defende ampliar exportações para a China, outro grupo, ligado a Olavo de Carvalho, rejeita ligações com o país asiático. Um dos defensores da ampliação de negócios com a China é o vice-presidente, Hamilton Mourão.

O encontro entre Trump e Bolsonaro será o segundo entre os dois presidentes. O primeiro foi na Casa Branca, em meados de março. A principal crítica de demais líderes do Brics ; formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ; é um alinhamento de Bolsonaro com Trump. Entre integrantes do governo e do empresariado do Brasil, o país deveria abrir o foco das negociações, a partir das exportações e da diversificação de produtos de valor agregado, para além de minérios de ferro, soja e combustíveis.

Em 2018, o comércio entre Brasil e China chegou a US$ 98,9 bilhões (US$ 64,2 bilhões de exportações e US$ 34,7 bilhões de importações). Segundo o governo brasileiro, foram os chineses que solicitaram a agenda com Bolsonaro. Entre as pautas que devem ser tratadas, caso o encontro aconteça, está a reunião do Brics.

Bolsonaro ainda tem agendas marcadas com representantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Banco Mundial ; além de encontros bilaterais com o presidente da França, Emmanuel Macron, os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, da Índia, Narendra Modi, e de Cingapura, Lee Hsien-Loong, e com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. O presidente tinha a chegada ao Japão prevista para a madrugada de hoje, horário de Brasília. O roteiro prevê ainda um encontro com o Grupo de Lima, bloco que reúne 14 países, para tratar da crise na Venezuela. A reunião do G20 se estenderá ao longo da sexta-feira e do sábado.

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