Politica

Concentração na Previdência

postado em 30/06/2019 04:19
No DF, desempregados fazem fila para conseguir vaga de trabalho

Com 13 milhões de desempregados (índice de 12,3% em maio) e redução da previsão feita pelo Banco Central de crescimento do PIB de 2% para 0,8%, o país aguarda do presidente Jair Bolsonaro a adoção de medidas concretas para sair da estagnação econômica, enquanto o fantasma da recessão voltou a assustar.

Nesses seis meses, o governo se concentrou em reduzir o tamanho dos gastos públicos e aprovar a reforma da Previdência, medidas importantes mas insuficientes para evitar uma nova recessão no país. Além disso, os efeitos das mudanças nas aposentadorias devem levar um bom tempo para serem sentidos.

O temor de uma nova recessão é alimentado pelos números divulgados pelo BC na semana passada: no primeiro trimestre de 2019, a economia brasileira encolheu 0,2% e, recentemente, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a previsão é que o PIB só ;deve apresentar desempenho próximo da estabilidade no segundo trimestre; deste ano. Ou seja, o registro de dois trimestres seguidos de queda no PIB caracteriza ;recessão técnica;.

E a situação nos seis meses restantes de 2019 fica ainda mais incerta porque, segundo o BC, a perspectiva de crescimento anual, reduzida a 0,8%, está condicionada ao cenário de continuidade das reformas, de ajustes necessários na economia e de recuperação da atividade em ritmo crescente ao longo do restante do ano.

Com isso, o BC está estimando desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira neste ano, pois, em 2018, o PIB cresceu 1,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria brasileira, já estagnada, também teve sua perspectiva de crescimento diminuída, de 1,8%, em março, para apenas 0,2% em junho.

Enquanto o país espera uma reação do governo, o presidente Bolsonaro diz que cabe aos empresários, e não a ele, promover o crescimento da economia. Como ele disse, em 11 de junho, a representantes de uma boa fatia do PIB brasileiro, reunidos em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): ;Os senhores podem até sobreviver sem governo, mas o governo sucumbirá sem os senhores. Para parafrasear Margaret Tatcher, quem deve conduzir o destino da nação são os senhores, o povo, vocês que têm que dar um norte para nós. O que temos obrigação de fazer? Não atrapalhá-los, coisa muito comum há pouco tempo;. (R.C e J.V).




"Para parafrasear Margaret Tatcher, quem deve conduzir o destino da nação são os senhores, o povo, vocês que têm que dar um norte para nós;

Jair Bolsonaro, presidente da República





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