Politica

O estigma da ideologia

postado em 30/06/2019 04:19
Os seis meses do governo do presidente Jair Bolsonaro na educação produziram mudanças cujos efeitos devem ser sentidos por muitos anos, mais precisamente no orçamento do setor, na atuação dos professores e na autonomia das universidades federais. Com o repetido argumento de que é necessário ;eliminar o viés ideológico; na Esplanada dos Ministérios, o governo tem promovido uma guinada conservadora nas salas de aula, inclusive estimulando os alunos a denunciarem professores que falarem de política, sexualidade ou outros temas que o governo considera ;de esquerda; ou ;comunistas;.

A presença, no Ministério da Educação, de seguidores do guru Olavo de Carvalho, principal inspiração de Bolsonaro, transformou um dos mais importantes e tradicionais órgãos do país em um ring de disputas de poder. O ministro Ricardo Vélez Rodríguez, após sucessivos desgastes, foi demitido por Bolsonaro três meses após assumir o cargo.

Rodríguez foi substituído por Abraham Weintraub, até então secretário executivo da Casa Civil da Presidência. O que se vê desde então é uma radicalização conservadora ainda maior, com direito à utilização do orçamento para intimidar as universidades federais.

No fim de abril, Weintraub anunciou um corte de 30% nos orçamentos da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), acusadas por ele de fazerem ;balbúrdia;. Dias depois, estendeu o corte para todas as universidades federais.

Nesse contexto, o ministro também pediu para denunciar os professores que estimularem os alunos a participarem de manifestações.

Enquanto isso, a educação brasileira vive um momento de paralisia e de incertezas sobre o futuro (R.C e J.V).




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