Politica

Protesto de policiais

postado em 03/07/2019 04:04
A manifestação começou em frente ao Congresso e depois seguiu para o Palácio do Planalto

Agentes de segurança e policiais civis realizaram uma manifestação em frente ao Congresso, principalmente contra a reforma da Previdência. Depois de discursos e gritos no gramado, eles se dirigiram ao Palácio do Planalto, cantaram o Hino Nacional e pediram a saída do ministro da Economia, Paulo Guedes. Representantes das categorias de vários estados participaram do ato. Eles reclamam do tratamento diferenciado concedido às Forças Armadas e às polícias militares dos estados. Uma das propostas discutidas no encontro foi uma paralisação nacional. As vias S1 e N1 foram fechadas temporariamente durante o horário de pico, o que atrapalhou o trânsito local.

Um dos gritos que mais chamou a atenção foi ;Bolsonaro traidor;. O porta-voz da Presidência afirmou que Bolsonaro reconhece que ;as forças de segurança, em especial as federais, são essenciais para um projeto maior de segurança pública do país;. ;O presidente continua acompanhando isso com olhos de quem vivenciou ao longo de 28 anos de mandato as preocupações, seja das Forças Armadas, seja dos órgãos de segurança públicas e, por compreendê-las, atua na medida de suas possibilidades para adequá-las;, explicou Otávio do Rêgo Barros.

Os representantes das categorias reclamaram mesmo com as palavras do presidente. Segundo André Gutierrez, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), se a reforma da Previdência passar como está, policiais terão que se aposentar mais tarde, e mais velhos, nas ruas, correrão ainda mais risco de vida. Ainda segundo ele, agentes perderão o direito de se aposentar com o último salário e a possibilidade de, quando fora da ativa, receber os mesmos reajustes dos colegas mais jovens. Outro ponto sensível é a pensão para a mulher em caso de morte do policial, que será apenas de quatro meses nos casos em que a companheira tiver menos de 40 anos.

;Não estamos tentando ganhar nada. Queremos preservar nossos direitos. O que um policial de 55 anos vai fazer na rua? Isso vai gerar mais mortes. Ele não vai entrar em combate com um criminoso, ou correrá o risco de perder a arma e ser assassinado. E um policial casado com uma mulher de 28 anos? Se ele morre, ela recebe quatro meses de pensão? Fica sem marido, com filhos órfãos e é isso que recebe? É inadmissível;, reclama Gutierrez.

Policial Civil aposentado de Goiás, Generoso Ferreira Júnior, 59 anos, acredita que a corporação ficará profundamente desmotivada, caso seja incluída na reforma da Previdência com outras categorias. ;Trabalhei por 30 anos, oito deles no Entorno. Todos conhecem a realidade. Depois de todo esse tempo de serviço, é isso que ganhamos? É assim que nos tratam? Fico olhando o pessoal mais jovem. O que esperam deles com esse tipo de tratamento;, questionou.

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