postado em 04/07/2019 04:17
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso com 39kg de cocaína em Sevilha, na Espanha, no dia 25 do mês passado. O militar da Força Aérea Brasileira (FAB) era comissário de bordo de uma aeronave de apoio ao presidente Jair Bolsonaro para a participação na cúpula do G20, em Osaka (JAP), que ocorreu na semana passada. Um inquérito policial militar já tinha sido aberto na FAB para apurar o caso e pode resultar na expulsão do sargento. Agora, a PF abre investigação criminal para apurar o tráfico internacional de drogas e identificar eventuais mandantes do crime, além de quem seriam os receptores do entorpecente.
O militar está preso na Espanha e pode ser deportado para julgamento no Brasil. A investigação da PF corre em segredo de Justiça. Equipes da FAB fizeram buscas num apartamento dele, em Taguatinga. Apesar de ter direito a um imóvel funcional, na Asa Sul, ele decidiu não morar no centro da capital. Os procedimentos de avaliação de quem embarca nos voos da Força Aérea foram reforçados após o episódio.
O Correio teve acesso, por meio de uma fonte, a mensagens de grupos do aplicativo WhatsApp do condomínio onde Rodrigues mora, em Taguatinga. Ele integrava esses grupos até o dia em que foi preso. ;O que mais me aborrece é saber que o condomínio vai continuar sem receber as taxas dele. Já não pagava quando estava solto, imagina agora;, comentou um vizinho. Muitos moradores são militares, e nos grupos fizeram críticas à cobertura do caso, afirmando que o fato está sendo usado para denegrir a imagem do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com moradores do condomínio, Rodrigues tinha um perfil discreto e recebia poucas visitas, mas sempre estava ativo em reuniões e debates sobre assuntos do condomínio, embora mostrasse dificuldades para pagar taxas e a mensalidade do imóvel que adquiriu. O local tem apartamentos que custam de R$ 150 mil a R$ 300 mil. O local tem piscina, quadra de esportes, sala de jogos, academia, sala de estudos e sauna. Câmeras estão espalhadas em praticamente toda a área compartilhada pelos moradores, o que deve facilitar a investigação da PF.