Rodolfo Costa
postado em 04/07/2019 22:31
A derrota imposta ao governo pelos deputados na Comissão Especial ao foi indigesta. Na tradicional ;live; semanal do presidente Jair Bolsonaro, realizada nesta quinta-feira (4/7), ele não comentou sobre a reforma da Previdência em momento algum nos cerca de 37 minutos da transmissão ao vivo.
Somente ao fim, nas declarações finais, por 23 segundos, ele comentou o assunto, de forma velada, sem menção à derrota ou mesmo à aprovação do texto base da reforma da Previdência. Manifestou respeito às instituições e citou o ;povo brasileiro; como algo muito mais importante do que elas.
Somente ao fim, nas declarações finais, por 23 segundos, ele comentou o assunto, de forma velada, sem menção à derrota ou mesmo à aprovação do texto base da reforma da Previdência. Manifestou respeito às instituições e citou o ;povo brasileiro; como algo muito mais importante do que elas.
Mesmo no Twitter, Bolsonaro também não comentou nada em publicação própria sobre a reforma. Publicou um vídeo em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, manifestou a vontade do presidente em beneficiar algumas categorias. As declarações do chefe da equipe econômica foram dadas em evento da XP Investimentos, em São Paulo, onde sugeriu que o capitão reformado tenha uma ;ingenuidade ou outra; ao tentar incluir conceder aposentadorias especiais. "Não dá para ajudar aquele ali não?, (manifestou Bolsonaro). E eu disse: ;Presidente, é o Congresso que está com a reforma, jogo que segue, a bola está com eles;", declarou Guedes.
A postura de Bolsonaro após a derrota na Comissão Especial foi visto como um "desabafo silencioso" do presidente, que se engajou pessoalmente na articulação para incluir as categorias policiais na reforma. ;Nós respeitamos, como democratas, todas as instituições do Brasil. Mas tem algo que é muito mais importante que qualquer instituição. É você, povo brasileiro, a quem nós devemos lealdade. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos;, finalizou na transmissão ao vivo ontem.
Pela manhã, enquanto articulava regras diferenciadas para os policiais, Bolsonaro reconheceu o erro do governo ao incluir as categorias no texto e pediu, em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), apoio dos ruralistas para corrigir. ;Tem um equívoco que nós, eu, o governo erramos. E dá para resolver essa questão através do bom senso de todos os senhores;, destacou. O apelo foi reforçado em solenidade de posse do novo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Plano A
O presidente destacou que a concessão de regras diferenciadas aos policiais não é privilégio, sejam militares ou federais. ;A certeza que tenho, em sendo policial militar, é uma classe que nunca teve privilégio em momento nenhum. O que queremos e precisamos dos senhores é consolidar essa decisão que já conversei agora há pouco com o (presidente da Câmara) Rodrigo Maia que está tendo participação especial na questão da Previdência de modo que acertemos as questões das PM, bem como da PF e PRF;, declarou.
A certeza, adiantou Bolsonaro, é que todos terão alguma cota de sacrifício. ;Todos nós contribuiremos para que se busque uma solução para a questão fiscal, para que o Brasil saia da situação bastante complicada que se encontra. E a participação do Ramos é colaborar na busca dessa solução;, ressaltou. Embora não tenha parabenizado o Congresso ou celebrado a aprovação da reforma, a defesa pela matéria foi feita durante a solenidade, iniciada às 10h30, ao destacar que o governo não tem uma estratégia reserva. ;Não temos plano B. O plano A é esse;, avisou.