Politica

Pontos restantes da reforma da Previdência podem ficar para semana que vem

Vice-líder do governo, deputado João Roma (PRB-BA) diz que adiar análise dos destaques seria "prudente"

Luiz Calcagno
postado em 11/07/2019 11:47
Sessão na Câmara dos Deputados para votar a reforma da Previdência
Às 10h55 desta quinta-feira (11/7) e com 264 parlamentares na casa, ainda é uma incógnita a continuidade da votação da reforma da Previdência. Ao menos é o que dizem alguns líderes favoráveis à PEC 6/2019.

As possibilidades são a continuidade da apresentação dos destaques, interrompidos ontem depois que os professores quase deixaram o texto, ou adiamento das votações para a próxima e última semana antes do recesso.

A expectativa é que até as 12h, uma agenda esteja delineada. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, que saiu da residência oficial mais cedo, ainda não chegou à Câmara. Para o vice-líder João Roma (PRB-BA), "o risco (de aprovação do destaque) se deu pelo momento de êxtase". "Agora é chegar a uma decisão em relação ao calendário. Pode ser semana que vem", supôs.

Ainda segundo Roma, será necessário se reunir com líderes, mas, com o placar de 379 a 131 a favor da reforma, adiar poderia ser uma decisão prudente, até para que deputados se organizem em relação aos destaques a serem apreciados. Até o momento, só há certeza em relação aos policiais e às mulheres.

"Com o placar, há confiança de passar para a próxima semana. Até o meio-dia deve se ter uma solução. Também há chances de entrarmos noite adentro com os destaques" observa o vice-líder. Depois do segundo turno, o texto ainda precisa voltar à comissão especial para uma última votação. Enquanto isso, inclusive, a Lei de Diretrizes Orçamentárias terá que esperar, ameaçando o recesso do Congresso.

Líder do Podemos, José Nelto (GO), também acha mais prudente jogar a votação dos destaques e segundo turno da reforma da Previdência para a semana que vem. "Tem que ver se vai ter quórum (nesta quinta)", diz. O deputado estava no Ministério da Economia no início da manhã, e falou com Maia por telefone, mas não deu detalhes.

Um dos fatores que podem adiar a votação para a próxima semana é justamente a emenda aglutinativa doa policiais federais, legislativos e rodoviários federais. Arriscar uma votação sem quórum e perder a mudança do texto provocaria uma crise no parlamento. "Não pode entrar com quórum baixo ou vira guerra", avaliou Nelto.

Ainda segundo o parlamentar, alguns deputados já estão voltando para os seua estados. "Muito difícil hoje qualquer votação." O líder acredita que os demais destaques, sendo oito deles da oposição, não terão chance de passar. "Querem desidratar mais ainda a reforma da Previdência. Mas, a oposição foi surrada. Perdeu votos do PSB e PDT. Foi desidratada", comparou.

Ainda sob a empolgação da vitória da noite anterior, o líder do Podemos arriscou dizer que a esquerda precisa mudar o discurso, ser mais propositiva, parar de "xingar", ou um novo grupo de fora do governo vai ocupar esse espaço.

Para o parlamentar, seria importante o apoio à reforma tributária ao fim do monopólio da Petrobras, ao aumento da concorrência para atrair bancos para o país. Voltando a reforma, ele afirmou que os parlamentares têm o aval da sociedade. "A sociedade estava cobrando. Entendeu que era o melhor texto para o Brasil. Espero que cada governador vote suas reformas. É hora da responsabilidade", declarou.

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