Luiz Calcagno
postado em 11/07/2019 15:16
Embora alguns líderes da Câmara favoráveis à reforma da Previdência falem em dar continuidade à votação da PEC 6/2019 na próxima semana, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, afirmou, na manhã desta quinta-feira (11/7), que espera terminar os trabalhos até sexta (12/7). Inclusive, embora já se fale em recesso branco no Senado, Maia disse que quer votar até mesmo a Lei de Diretrizes Orçamentárias até 17 de julho, último dia de funcionamento do Congresso Nacional. [SAIBAMAIS] O presidente da Câmara disse, ainda, que a Casa contará com 500 parlamentares para votar os destaques nesta quinta. "Sou otimista. Vamos votar nesta semana tudo. O resultado de ontem é demonstração de uma grande maioria. 74% da casa a favor da reforma. É importante encerrar esse assunto e, na semana que vem, poder construir outras pautas na Câmara, e se não for a LDO, ver o que a gente consegue votar", declarou.
Sobre a possível aprovação de um destaque do PT para amenizar a transição para professores, Maia disse que o tema é complicado, mas que tem um antídoto para recuperar possíveis perdas. "Vamos começar (a votação) na parte da tarde, para finalizar o 1; turno essa noite, e começar o segundo turno amanhã. Não tem garantia (de não aprovação de destaques). Professor é um tema muito difícil. Mesmo não tendo um impacto tão grande como foi colocado, da forma como está construído o acordo, tem uma emenda aglutinativa que a gente recupera quase toda a perda da possível vitória desse destaque, se ela ocorrer", afirmou. "Minha expectativa é que com o que está projetado, camos ter a mesma economia que no texto principal", completou.
Maia se reuniu com líderes para debater os destaques durante a manhã. "A incompreensão poderia gerar algumas perdas por falta de uma análise mais profunda. Estamos terminando de organizar para, no plenário, a gente possa ter o resultado que a gente espera do término da votação da Previdência", disse.
Questionado sobre a autoria final da reforma, o parlamentar afirmou que o corpo do texto é do ex-presidente Michel Temer e não tocou no nome de Bolsonaro. "A reforma mantém o corpo principal, da proposta do presidente Michel Temer. Veio muito dura na transição dos servidores públicos e regime geral e construímos uma transição. O governo sabia que essa transição seria construída, mas também é uma transição muito dura. Se você fizer pesquisa entre servidores, não estão satisfeitos. A transição que nós fizemos constrói um entendimento com o plenário. Atende parte do regime geral e servidores, mas não é a transição dos sonhos", admitiu.
"Só ali que fizemos uma mudança em uma transição muito mais dura, que vinha senso dialogada e ajustada no governo do presidente Michel, que era só 50% de transição", completou. O presidente da Câmara também afirmou não acreditar na desidratação do texto. "Pra mim, todos os que votaram a favor da reforma tendem a defender o texto aprovado. Talvez um tema aqui oitro ali tenha dificuldade. Mas não acredito que os partidos que a defenderam tendam a desidratar a matéria de forma a prejudicar o que foi aprovado", avaliou.