Politica

Oposição busca acordo para que destaques na reforma sejam aceitos

Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição, afirmou que fez apelo para reduzir as "crueldades" do texto

Hamilton Ferrari
postado em 11/07/2019 17:15

Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal O líder da oposição na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), busca um acordo com o governo federal para que sejam aprovadas proposições na reforma da Previdência. Ele se reuniu na tarde desta quinta-feira (11/7) com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ; a convite dele ; e integrantes da equipe econômica do governo para fazer um "apelo" de que os destaques sejam aceitos. As declarações foram dadas no salão verde da Casa Legislativa.

[SAIBAMAIS] "Fizemos um apelo para reduzir as crueldades do texto e que vão impactar na vida das pessoas", disse. "Do PSB, por exemplo, são dois destaques. Um deles evita que o trabalhador intermitente tenha que trabalhar dois meses, três meses, quatro meses para contar um. Nós consideramos isso muito injusto. O outro destaque reduz o tempo mínimo de contribuição de 20 anos para 15, evitando a exclusão de milhões de brasileiros homens que não vão conseguir se aposentar se as regras não forem alteradas", declarou.
De acordo com ele, Maia afirmou que o tema seria estudado. "Nós ficamos com a sensação que este pleito tem grandes chances de ser aceito", declarou. A equipe econômica, que está na Câmara chefiada pelo secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, quer evitar ao máximo mudanças no texto. "Eu tenho esperança que o destaque seja acatado para proteger a vida das pessoas", disse Molon.
Sobre o cronograma do andamento da reforma na Câmara, ele se mostrou cético em relação à possibilidade de encerrar a votação do segundo turno nesta semana. O texto-base foi aprovado nesta quarta (10/7) no plenário, mas a Casa ainda precisa votar os destaques e selar o fim da apreciação no segundo turno. Maia quer terminar os trabalhos até a noite desta sexta (12/7) ou manhã do sábado (13/7).
"Não sei dizer se é possível concluir o segundo turno amanhã (sexta). Nós, da oposição, permanecemos críticos ao texto e por isso estamos com requerimentos que nos permitem discutir, a cada momento, a matéria que está sendo votada. Naturalmente, esse processo de obstrução estica mais o tempo da votação. Portanto, não tenho nenhuma convicção de que possa terminar até amanhã", alegou Molon. "É possível que se possa avançar no fim de semana e, se por acaso as votações forem marcadas (para o sábado), a oposição estará aqui cumprindo o seu papel de debater ponto a ponto para retirar as crueldades do texto", completou o líder.
De acordo com o líder, a reforma com impacto fiscal é necessária e fundamental, mas é inaceitável que seja "separada da responsabilidade social". "Queremos garantir o equilíbrio das contas sem deixar de olhar para as pessoas que são afetadas por esta reforma. Por isso, nós defendemos mudanças na Previdência, mas não essa reforma, que é muito cruel com os trabalhadores que mais trabalham e menos ganham e com as classes médias brasileiras", argumentou o parlamentar.

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