Politica

Calero acusa presidente de nepotismo por sinalizar que Eduardo assumirá embaixada

Agência Estado
postado em 12/07/2019 14:57
O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro irá praticar nepotismo se ele realmente indicar o seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos. Ele disse também que a questão vai contra as promessas de campanha do presidente. "Ele Eduardo integra uma família que ganhou atenção do País e do eleitorado justamente por ter um discurso de retidão, rechaço aos malfeitos e da valorização da meritocracia. A indicação representa uma aliança espúria com o nepotismo e é um desprestígio instantâneo para a carreira diplomática", disse em discurso no plenário da Câmara. Calero, que é o único diplomata na Casa, afirmou também que a hierarquia do Itamaraty não pode ser quebrada "por um capricho do presidente". "Por mais competente que o deputado Eduardo seja, trata-se de nepotismo e temos que chamar as coisas como elas são", disse. "É um dos postos mais relevantes da nossa rede de representações no exterior. ... Os diplomatas dedicam uma vida inteira de estudo e trabalho, com muito suor e dedicação para que o servidor tenha os atributos de excelência necessários para a representação diplomática. A indicação de políticos e aliados raramente ocupou lugar de dignidade na história da diplomacia", disse. Calero afirmou ainda que Eduardo Bolsonaro é um político sem consolidada experiência diplomática. "Imagina se o filho do presidente fosse designado a chefiar um batalhão porque tem apreço aos temas de Defesa ou a comandar um navio porque gosta do mar. É isso que o senhor está propondo ao sugerir a indicação do seu filho para comandar a embaixada brasileira de Washington", afirmou. O deputado, no entanto, elogiou os esforços políticos que Eduardo tem desempenhado em relação à política externa. "Isso é saudável e desejável", disse. Calero contou que apresentou um projeto de lei e uma proposta de emenda à Constituição para impedir que pessoas de fora da carreira diplomática possam assumir o comando das embaixadas brasileiras e pediu apoio dos colegas para aprovar as propostas.

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