Renato Souza
postado em 13/07/2019 07:00
Em meio à votação da reforma da Previdência, o governo tem acelerado a liberação de emendas parlamentares. Somente nos primeiros 11 dias de julho, foram empenhados R$ 2,6 bilhões, sendo que R$ 1,7 bilhão saiu em três dias. Esse tipo de verba é aplicada de acordo com a orientação de deputados e senadores. Embora o governo não admita, a liberação dos recursos é uma forma de conquistar apoio no Congresso. Esse é apenas o começo, já que de acordo com o orçamento, ao longo do ano, serão disponibilizados R$ 10,5 bilhões em emendas. Nos bastidores do Congresso comenta-se que o governo pode enviar ao Parlamento um pedido de autorização para remanejar recursos de outras áreas para elevar o montante de verbas parlamentares.Nos primeiros cinco dias deste mês, a liberação foi recorde. Foram empenhados R$ 2,5 bilhões, o que representa o maior valor dos últimos 43 meses. Esse fato pode ter repercutido na disposição dos deputados na votação da reforma da Previdência. O texto-base foi aprovado em primeiro turno, na Câmara, com 379 votos a favor e 131 contra, o que indica força do Executivo perante os parlamentares. Os valores empenhados têm que ser investidos em obras e projetos nos estados e municípios e, usualmente, são usados pelos políticos para destacar as ações em prol de seus colégios eleitorais.
Na noite de quinta-feira, ocorreu a liberação do lote mais recente, de R$ 152,2 milhões. Ao todo, 326 propostas foram autorizadas em, pelo menos, 15 estados e no Distrito Federal. As verbas são voltadas para atendimento de saúde de alta complexidade e atenção básica. O dinheiro pode ser liberado pelo Executivo em até seis parcelas. Até o final do ano, pelo menos seis bilhões devem ser creditados.