postado em 13/07/2019 04:04
; MARINA TORRES*
O texto-base da reforma da Previdência, aprovado na quarta-feira no plenário da Câmara, divide os brasileiros. Há quem veja as mudanças nas aposentadorias como positiva para os trabalhadores, outros são contra as alterações. Funcionário de uma lanchonete no Plano Piloto, José Waldson Santana, 60, contou que não está a par de quanto tempo de contribuição ainda será adicionado ao seu caso, mas acredita que a reforma será o melhor para o país. ;Eu acho bom, é extremamente necessário no momento. Independentemente de aumentar o meu tempo de contribuição ou o dos outros, acredito que todo mundo vai ser beneficiado em outro sentido, com uma economia melhor;, afirmou.
Maria de Fátima Braz, 73, fez coro. Apesar de não ser afetada pelas mudanças nas regras, a aposentada disse estar acompanhando a movimentação na Câmara. ;Concordo com tudo que tem sido decidido entre os deputados. Tenho esperança no novo presidente também. Acredito que ele é muito bem-intencionado para melhorar o país;, ressaltou.
A mesma opinião tem o taxista Francisco Neto, 50 anos. ;De maneira geral, parece ser positiva. Espero que seja melhor para todo mundo, se for nas expectativas do que eles estão dizendo. Para mim, não faz tanta diferença, como autônomo;, afirmou. ;Apesar de contribuir mais tempo, a maioria dos taxistas que se aposenta continua trabalhando depois. Quando eu me aposentar, quero continuar trabalhando também.;
Rejeição
Já a vendedora Fabiana Felix, 39 anos, está do lado dos que desaprovam a decisão. Ela contribuiu com a Previdência há 17 anos e faz parte do grupo que ainda está distante de se aposentar. ;Eu sou contra. A gente já contribui tantos anos, e ainda terá de contribuir mais. Isso afeta muito a gente e é só para enriquecer outras camadas mais ricas;, reclamou.
Para a servidora pública Maíra Ribeiro, 31, as mudanças nas aposentadorias não deveriam ser aprovadas. ;Não têm de passar. Vão ser ruins para os trabalhadores. A reforma vai atrapalhar a vida deles;, ressaltou.
A vendedora Janicleide Alves, 38, disse que não tem acompanhado ponto a ponto a reforma, mas também acredita que o texto aprovado dificulta a vida dos menos favorecidos. ;Acho um absurdo. Penso nas pessoas que não têm boas condições, já trabalham demais e agora terão seus direitos privados, não podendo se aposentar no tempo determinado antes;, criticou. ;Sempre cai para o lado dos que têm menos condições. Queria ver afetar o lado dos políticos, por que não coloca a mesma quantidade de anos para eles?;
*Estagiária sob supervisão de Cida Barbosa
- Ibovespa cai
Mesmo antes da confirmação de que a votação em segundo turno da reforma da Previdência ficaria para agosto, o mercado já trabalhava ontem com a possibilidade de adiamento. O resultado foi que o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 1,18%, aos 103.905,99 pontos, com volume negociado de R$ 16 bilhões. Com isso, houve reversão nos ganhos acumulados na semana, encerrada com perda de 0,18%. Já o dólar teve o quinto dia seguido de queda e acumulou, na semana, baixa de 2,09%. A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,34%, a R$ 3,7382.