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Sou preparado para o cargo

Filho do presidente da República cita trabalho na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e fritado hambúrguer nos EUA para justificar possível indicação para embaixada brasileira em Washington

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 13/07/2019 04:05
Eduardo Bolsonaro:

Depois que o presidente Jair Bolsonaro disse que ;está no radar; dele a possibilidade de indicar um filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o parlamentar afirmou que o chanceler Ernesto Araújo ;expressou apoio; à eventual indicação e disse que está preparado para o cargo. A categoria, porém, defende que seja escolhido alguém que faça parte da carreira diplomática.

Eduardo conversou ontem com o ministro na sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE). ;Na verdade, vim para uma reunião previamente agendada antes dos fatos que vieram à tona;, disse. O deputado afirmou que ;o chanceler expressou apoio (ao nome dele) na possível indicação para a embaixada. E informou que deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro até amanhã para tentar resolver a questão. ;Agora, só falta conversar com o presidente e afirmar se essa é realmente a vontade dele.;

O deputado destacou o trabalho na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, um intercâmbio e até mesmo o fato de ter fritado hambúrgueres nos Estados Unidos para justificar sua indicação. ;É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros;, comentou.

A vaga em Washington está disponível desde abril, quando o chanceler Ernesto Araújo removeu o diplomata Sérgio Amaral do posto. O diplomata Nestor Foster era considerado o favorito para substituí-lo. Eduardo Bolsonaro fez 35 anos na quarta-feira. A nova idade é fator decisivo, pois preenche um dos requisitos para que alguém assuma o cargo de embaixador.

Após a indicação do presidente, a decisão precisa ser endossada pelo Senado, que delibera sobre a questão em plenário. Eduardo Bolsonaro, há meses, é tratado como consultor informal de assuntos internacionais do Planalto. No início do ano, quando o presidente viajou aos Estados Unidos, ele participou, ao lado do pai, do encontro com Donald Trump na Casa Branca. Araújo não esteve na reunião.

A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) divulgou nota na qual defende a indicação de um diplomata de carreira para o posto. ;Embora ciente das prerrogativas presidenciais na nomeação de seus representantes diplomáticos, a ADB recorda que os quadros do Itamaraty contam com profissionais de excelência, altamente qualificados para assumir quaisquer embaixadas no exterior. Há mais de 100 anos os diplomatas brasileiros têm a construção da imagem e do desenvolvimento do país como seu objetivo maior, pelo qual norteiam, todos os dias, o seu desempenho. Esse é o papel para o qual foram e continuam sendo diligentemente treinados e preparados;, diz o comunicado.

;Atualmente, mais de 1.500 profissionais representam o país e defendem os interesses nacionais nas embaixadas, consulados e delegações junto a organismos internacionais, além de trabalharem em diversos órgãos do governo federal ; inclusive na Presidência da República ;, nos quais se encontram, hoje, mais de 60 diplomatas cedidos;, diz a nota.

;Os diplomatas atuam em questões fundamentais nas áreas cultural, ambiental, econômica, comercial, proteção e defesa dos direitos humanos, cooperação, paz e segurança internacionais, entre outras. Iniciamos a carreira com uma formação ampla e consistente, por meio de um dos concursos mais rigorosos da administração pública, proporcional às exigências da atuação que precisamos ter dentro e fora do País;, acrescenta.

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