Politica

Trump pode enviar filho para o Brasil

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 13/07/2019 04:05

Um dos motivos do governo brasileiro para enviar Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington é a possibilidade de o presidente norte-americano, Donald Trump, designar um de seus cinco filhos para assumir a embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A avaliação é de que, ao enviar Eduardo, os EUA mandariam Eric, um dos herdeiros de Trump, para estreitar a relação entre os dois países.

Para o Planalto, a indicação política seria ;sinal de prestígio sem igual;, pois os americanos, que fazem esse tipo de indicação para países como Rússia, China e Reino Unido, retribuiriam o ato de Jair Bolsonaro com atitude semelhante. O Brasil não tem a tradição de indicar figuras políticas para postos no exterior, especialmente em embaixadas importantes, como a dos Estados Unidos.

Eric Trump é um dos executivos responsáveis pelas Organizações Trump. Caso se mudasse para o Brasil, teria que abandonar os negócios da família. Além disso, precisaria se submeter ao crivo do Senado norte-americano, que provavelmente passaria um pente-fino nas empresas do clã com a prerrogativa de fazer o escrutínio do ;futuro embaixador;.

Desde que assumiu a Casa Branca, Donald Trump trava batalhas para não entregar ao Congresso os registros financeiros das suas empresas. Aliados do presidente acham que Eric teria dificuldade se fosse sabatinado por democratas no Senado norte-americano.

Intercâmbio

Ainda que a possibilidade de enviar Eric ao Brasil seja real, não há nada que impeça Donald Trump de voltar atrás ; como ele fez ao indicar uma de suas filhas, Ivanka, para o comando do Banco Mundial. Em entrevista, o presidente também disse que a filha seria uma boa possibilidade para embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU), o que também não vingou.

Sobre a possibilidade de Eduardo Bolsonaro assumir a embaixada de Washington e Eric Trump vir para o Brasil em cargo semelhante, o deputado Marcelo Calero, que é diplomata de carreira, ironizou: ;É uma pena que relações internacionais de países que têm tradição de aliados, como tem Brasil e Estados Unidos, se resuma a um intercâmbio do Rotary (programa internacional de intercâmbio de estudantes);.

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