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''Retrocesso sem tamanho'', diz procurador do MPF sobre decisão de Tofolli

Nesta terça-feira (16/7), o presidente do STF suspendeu investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) que utilizem dados do Coaf

Correio Braziliense
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postado em 16/07/2019 19:20

na foto, procurador Eduardo El Haje, coordenador da Lava-jato no MPF do Rio de JaneiroO coordenador da Lava-Jato no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, Eduardo El Hage, criticou a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de suspender as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) que utilizem dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

De acordo com o procurador, a decisão "suspenderá praticamente todas as investigações de lavagem de dinheiro no Brasil", o que seria um "retrocesso sem tamanho".

Nesta terça-feira (16/7), Toffoli atendeu o pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, alegando que as informações financeiras foram repassadas sem autorização judicial.

Agora, os processos com essas características devem ficar suspensos até que o STF analise um recurso em plenário para avaliar a legalidade do repasse das informações. O despacho vale para investigações deste tipo em todo o país.

Em nota, El Hage diz que ao exigir decisão judicial para a utilização dos relatórios do Coaf, ignora-se o "macrossistema mundial de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo e aumenta o já combalido grau de congestionamento brasileiro".

Depósitos

De acordo com o Coaf, Flávio recebeu 48 depósitos entre junho e julho de 2017. O valor total foi de R$ 96 mil. As informações foram usadas pelo Ministério Público do Rio para abrir investigação contra o senador e o ex-assessor Fabrício Queiroz.

Em maio, o MPRJ já havia afirmado que o senador estaria direcionando esforços para tentar interromper investigações sobre as movimentações financeiras atípicas apontadas pelo Coaf.

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