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Politica

Motorista atropela manifestantes e mata idoso integrante do MST em Valinhos (SP)

Um motorista avançou com uma caminhonete contra integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante uma manifestação, na manhã desta quinta-feira (18), numa estrada rural de Valinhos, município do interior de São Paulo. Um manifestante de 72 anos morreu e outras cinco pessoas, entre elas um jornalista que cobria o ato, ficaram feridas. Após o atropelamento, o motorista acelerou e fugiu, segundo a Polícia Militar (PM). O crime aconteceu na ocupação "Marielle Vive", na Estrada dos Jequitibás, na zona rural do município. Os moradores do acampamento reivindicavam água, saúde e escola, entregando folhetos a quem passava pelo local. De acordo com o advogado dos acampados, Alfredo Bonardo, cerca de 40 pessoas estavam sobre a pista para a panfletagem, quando a caminhonete se aproximou pela contramão e o motorista acelerou o veículo contra o grupo. Segundo Bonardo, alguns acampados fizeram menção de segurar o veículo, mas o motorista teria mostrado uma arma. O idoso foi levado de ambulância para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Valinhos, mas não resistiu aos ferimentos. O jornalista, que trabalhava para o MST e usava uma câmera na cobertura do ato, também foi levado para a UPA. Ele passou por exames e permanecia em observação. Outros quatro manifestantes tiveram ferimentos leves e foram atendidos no local. A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram atrás do veículo, mas não o alcançaram. A Polícia Civil informou que trabalhava na identificação do dono do veículo para chegar à autoria do atropelamento. Em nota, o MST confirmou a morte do manifestante, identificado apenas como "senhor Luiz" e repudiou o ataque. "A manifestação tinha como objetivo pressionar a prefeitura de Valinhos para garantir o fornecimento de água. As famílias também lutam pelo direito à terra e a realização da Reforma Agrária", diz o texto. O movimento informa, ainda, que o acampamento "Marielle Vive" conta com mais de mil famílias e existe desde o dia 14 de abril de 2018, após uma ocupação na Fazenda Eldorado Empreendimentos Ltda. "As famílias exigem a punição imediata a este assassino, que age sob o clima de terror contra os movimentos populares, incentivado por autoridades que estão no governo brasileiro", conclui a nota. A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Valinhos e aguarda o retorno.