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Bolsonaro volta atrás em declaração sobre não existir fome no Brasil

Ao participar de um evento pelo Dia Nacional do Futebol, Bolsonaro disse que no país há uma ''pequena parte'' que passa fome

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 19/07/2019 19:49
Bolsonaro se irritou com jornalistas ao tocar no assunto mais uma vez: ''Não estou vendo nenhum magro aqui''Depois de criar polêmica, ao dizer que o Brasil não sofre com o problema da fome, durante café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira (19/7), o presidente Jair Bolsonaro procurou relativizar sua fala.

Ao participar de um evento pelo Dia Nacional do Futebol, Bolsonaro disse que no país há uma pequena parte que passa fome. "É um país em que a gente não sabe por que uma pequena parte passa fome e outros passam mal, ainda", disse.

O presidente, então, se irritou quando um jornalista questionou se ele estava voltando atrás com relação à declaração anterior. "Se for entrar em detalhes, filigranas, eu vou embora (..) Eu não estou vendo nenhum magro aqui. Temos um problema alimentar no Brasil, temos. Não é culpa minha, vem de trás. Estou tentando resolver", disse.

A polêmica começou pela manhã, quando, ao ser perguntado o que o governo estava fazendo para impedir o aumento da fome no Brasil, Bolsonaro disse: "Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não se come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo".
Logo em seguida, Bolsonaro criticou as políticas dos governos anteriores e a criação de bolsas. "É o país das bolsas", afirmou. "O que faz tirar o homem da miséria ou a mulher é o conhecimento", completou.

O que diz a ONU

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontou em setembro passado que os programas de combate à fome no Brasil se estagnaram, já que o número de pessoas que passam fome diminuiu apenas de 5,2 milhões em 2014 para 5,1 milhões em 2017.

Outro relatório da FAO, de outubro de 2018, detalha que o número de pessoas vítimas do flagelo no Brasil havia caído de 10,6% da população (cerca de 19 milhões de pessoas) no começo dos anos 2000 para menos de 2,5% no período de 2008 a 2010. O organismo destaca o papel dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, nesses avanços.

Com informações da Agência France-Presse

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