postado em 23/07/2019 04:20
O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse ontem que o governo não tem a intenção de impedir a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Pesquisa (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia. Ele foi questionado após Bolsonaro afirmar que seria necessário avaliar os dados do instituto antes de ;ampla divulgação; e, em caso de o governo entender que são sensíveis, os dados não seriam divulgados. Na semana passada, Bolsonaro questionou os dados sobre desmatamento na Amazônia. No fim semana, ele chegou a dizer que a divulgação sobre o desmatamento ;prejudica o Brasil;.
;Absolutamente, o Planalto sempre trabalha pelo princípio da transparência. A intenção do senhor presidente é identificar, desde pronto, no relatório, quais são as demandas e quais são as ações prospectivas para corrigir, se for o caso, e para potencializar eventuais dados que ali ocorram no relatório;, afirmou o porta-voz.
Sobre uma possível demissão do presidente do Inpe, Ricardo Galvão, o porta-voz afirmou que ;o presidente não adiantou nenhuma possibilidade nesse sentido;. No domingo, Bolsonaro anunciou que designaria um ministro para discutir com Galvão os dados de desmatamento que, na sua opinião, não correspondem à verdade. Bolsonaro acrescentou que seu governo não quer fazer ;propaganda negativa do Brasil; e que não queria ser ;pego de calças curtas; em relação aos dados. O presidente sugeriu ainda que Galvão poderia estar a serviço de uma ONG internacional. Galvão desafiou o presidente a chamá-lo para que ele explicasse os dados do desmatamento ;olhando em seus olhos; e afirmou que Bolsonaro teve uma atitude ;pusilânime;.
Ontem, em nota, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, defendeu Bolsonaro, criticou Galvão pelas reações às falas do presidente e também questionou os dados, ao dizer que compartilha ;da estranheza; com relação aos números do desmatamento, e pediu relatório técnico.
*Estagiária sob supervisão de Cláudia Dianni