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PF prende 4 em operação contra suspeitos de invadirem celular de Moro

Corporação cumpre mandados em São Paulo e as diligências seguem em segredo de Justiça

Renato Souza
postado em 23/07/2019 17:07
Corporação cumpre mandados em São Paulo e as diligências seguem em segredo de Justiça

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (23/7) mandados de busca e apreensão e de prisão contra suspeitos de invadirem o celular do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de integrantes da força-tarefa da Lava-Jato. As ações ocorrem em São Paulo, Ribeirão Preto e Araraquara. Quatro pessoas foram presas.

Ao todo, são cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão contra os acusados. A decisão que autoriza a operação é mantida em segredo de Justiça.

De acordo com o site A Cidade On, em Araraquara, a PF cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa da avó de um suspeito que não estava em casa. Mais tarde ele foi localizado e preso. Outros dois homens e uma mulher foram presos. Eles devem ser transferidos para Brasília ainda nesta terça-feira. Os mandados foram autorizados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10; Vara Federal de Brasília.

Ao Correio, o advogado Ariovaldo Moreira, que defende um dos presos, afirmou que o cliente não atua na área de informática. "Ele é um cidadão comum. Não atua na área de informática", disse o defensor, completando que a família pediu para que a identidade do suspeito não fosse revelada.

Ariovaldo também disse que ainda não conversou com o cliente após a prisão. "Eu estou tentando localizar meu cliente. A informação que tenho é que o mandado foi cumprido. Mas ainda não sei onde ele está".

A operação da PF foi batizada de Spoofing e tem a intenção de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

"Spoofing é um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é", explicou a PF, em nota.

Moro alega que teve seu aparelho celular invadido, mas diz que o suposto hacker não conseguiu acessar o conteúdo. Ao contrário de procuradores da Lava-Jato no Paraná, para quem a invasão teria resultado na interceptação de conteúdos, como mensagens de texto, áudios, fotos, vídeos e documentos trocados por meio do aplicativo de conversa.

Guedes pede investigação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, solicitou que a Polícia Federal investigue a invasão de um suposto hacker ao seu aparelho celular, que teria sido acessado remotamente na segunda-feira (22). Na tarde desta terça-feira (23), Guedes ligou para o ministro Sérgio Moro e informou do caso.

A investigação será conduzida em Brasília e profissionais do Instituto Nacional de Criminalística irão compor a equipe destinada à análise do caso. A assessoria do Ministério da Economia informou, que, após o aparelho ser acessado, o invasor entrou em contato com jornalistas pelo aplicativo Telegram.

Em nota, a pasta informou que "o ministro nunca teve conta nesse serviço (Telegram)" e pede para que seja desconsiderada "qualquer mensagem recebida do número antigo, que já será desativado".

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