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Acordo afasta ameaça de greve

Governo, empresários e profissionais autônomos chegam a um entendimento prévio sobre tabela de fretes. Reuniões na próxima semana definirão valores específicos para cada uma das 11 categorias de transporte de cargas

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/07/2019 04:04

Após reunião de mais de cinco horas com representantes dos caminhoneiros autônomos, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, garantiu, na noite de ontem, que o impasse sobre a tabela de fretes, que passou a valer no último sábado, mas foi suspensa na segunda-feira, está prestes a ser resolvido ; e que não há ameaça de nova greve. Reuniões com todos os envolvidos ; embarcadores, transportadores, caminhoneiros ; serão realizadas na semana que vem para fechar valores específicos para cada uma das 11 categorias de transporte de cargas.

;O setor de transporte rodoviário está dando exemplo de como construir soluções por meio do diálogo. A tabela que foi elaborada pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP) é de custos operacionais, portanto, o mínimo. Mas há parcelas adicionais que compõem o frete;, explicou o ministro. Segundo ele, nas negociações, surgiu a oportunidade de se fazer acordos coletivos. ;Todos concordaram, e isso gera engajamento, consenso, e estabelece um patamar de valor que efetivamente será praticado. Isso não aconteceu antes, porque o valor não era pago nem fiscalizado;, ressaltou.

Freitas disse que, até o fim da semana que vem, todos os acordos serão fechados. ;Os setores têm estimativas de ajuste da tabela, nós também. E são muito parecidas, por isso acredito que será tranquilo;, ressaltou. Haverá revisão de custos mínimos a cada seis meses, mas os acordos coletivos serão feitos uma vez por ano.

O ministro ressaltou que está se estabelecendo uma cultura de negociação. ;O mercado vai se regular. Isso deve ajudar no julgamento da constitucionalidade da tabela (pelo Supremo Tribunal Federal). Houve restabelecimento da paz. Isso é importante, porque a insegurança jurídica represou carga. Há um estoque de coisas armazenadas que podem sair, o que vai gerar demanda;, detalhou.

Carlos Alberto Liti Dahmer, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí (RS), confirmou o entendimento. ;O que todos queremos é uma condição digna de trabalho. Em um acordo, sempre alguém perde. Que percam todos um pouquinho para ganharmos todos;, afirmou. ;A tabela da Esalq não agradou porque são 11 categorias de cargas diferenciadas. Agora, vai ser ajustada para que possa incluir parte da lucratividade do caminhoneiro;, disse.

Norival de Almeida Silva, presidente da Federação dos Caminhoneiros de Carga Geral de São Paulo (Fetrabens) e representante da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), ressaltou que tirar o atravessador é uma reivindicação de mais de 10 anos. ;Se tirar o intermediário, melhora o frete para o caminhoneiro, sem aumentar para o embarcador.; Segundo ele, todos os caminhoneiros vão assinar a convenção. ;Temos mais de 30 nomes formalizados. Até quarta-feira, isso estará resolvido;, disse.

O caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, saiu contente da reunião. ;Vamos buscar o consenso. A gente precisa de segurança jurídica e de paz para o Brasil voltar a crescer;, afirmou.

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